A arrecadação total de tributos federais somou R$ 261,9 milhões em outubro, o maior valor já registrado para o mês. O resultado representa expansão real (acima da inflação do período) de 0,92% em relação ao mesmo período do ano passado.

Já no acumulado dos dez primeiros meses do ano, as receitas federais chegam a R$ 2,4 trilhões, representando acréscimo real de 3,2% na comparação com igual período de 2024. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (24) pela Receita Federal, em Brasília.
No entanto, o economista Ecio Costa, alertou no programa BM&C News, que esses números não refletem a realidade fiscal do país. Em sua análise, Costa observa que a economia brasileira tem mostrado sinais de desaceleração desde o último semestre, como evidenciado pelo Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). Isso levanta questões sobre a sustentabilidade de tal crescimento nas receitas fiscais.
Como a aumento de tributos afeta a arrecadação?
Um fator que contribuiu para esse aumento de arrecadação foi a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que foi elevado e resultou em um acréscimo de 38% nas receitas, o que representa cerca de R$ 8 bilhões adicionais aos cofres públicos. Contudo, o governo revisou para baixo suas projeções de crescimento, levantando a dúvida: será que o governo está apenas “catando moedas“?
Costa critica a estratégia fiscal atual, sugerindo que ela tem estressado o arcabouço fiscal, permitindo assim a ocorrência de déficit. Ele menciona que a relação dívida/PIB deve subir de 78,1% para 79,5% ainda este ano, prevendo que ultrapassará 80% até 2026. Essa situação ocorre em um cenário de crescimento econômico limitado e aumento acelerado das despesas.
Qual o panorama macroeconômico futuro?
Os problemas fiscais e a mudança nas políticas tributárias colocam em xeque o panorama macroeconômico do Brasil. Com uma previsão de crescimento anêmico, é crucial que o governo desenvolva estratégias que não apenas ampliem a arrecadação, mas também garantam a estabilidade das finanças públicas. Costa acentua que não basta aumentar impostos, é preciso reformar o sistema para promover um crescimento sustentável.
Em um ambiente onde a incerteza fiscal é alta, investidores podem se perguntar onde colocar seus recursos. A diversificação se torna uma estratégia vital. Aplicações em ativos que ofereçam proteção contra a inflação e volatilidade, como imóveis e commodities, podem ser levantadas como opções viáveis. Além disso, é crucial acompanhar as variações nas taxas de juros que podem afetar diretamente a lucratividade dos investimentos.
O que esperar da economia nos próximos anos?
Com a trajetória de crescimento fiscal e o cenário macroeconômico incerto, a resposta é complexa. O aumento projetado da dívida pública destaca a necessidade urgente de reformas estruturais. “Precisamos de um planejamento que leve em conta a realidade econômica”, enfatiza Costa, deixando claro que, a longo prazo, a saúde financeira do Brasil depende de decisões prudentes e bem fundamentadas.















