O colapso das Torres Gêmeas é um dos eventos mais estudados da engenharia moderna. A explicação para a queda vertical não está no impacto inicial, mas na física do calor e no design estrutural inovador dos edifícios.
Como o design das torres influenciou o colapso das Torres Gêmeas?
As torres foram projetadas no sistema “tubo em tubo”, com colunas de aço concentradas no perímetro externo e em um núcleo central, o que criava vãos internos livres. O núcleo suportava a maior parte do peso do edifício, enquanto a “casca” externa garantia a resistência contra o vento.
Os pisos eram sustentados por treliças de aço leves, conectadas ao núcleo e às colunas externas por pequenos “assentos” de aço. Esse design, embora eficiente, criou uma interdependência crucial entre todas as partes da estrutura.
Componentes do design “tubo em tubo”:
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Núcleo Central: Suportava a carga gravitacional.
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Perímetro Externo: Resistia às forças do vento.
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Treliças dos Pisos: Conectavam o núcleo ao perímetro.
Por que as torres não caíram imediatamente após o impacto?
As torres resistiram ao impacto inicial por duas razões principais. Primeiro, a estrutura possuía amortecedores viscoelásticos que absorveram parte da energia da colisão. Segundo, e mais importante, as colunas de aço eram revestidas com uma espuma de isolamento térmico.
Para entender os detalhes técnicos de um dos eventos mais marcantes da história moderna, selecionamos o conteúdo do canal JAES Company Português. No vídeo a seguir, especialistas detalham visualmente a física por trás do colapso das Torres Gêmeas, explicando como o design estrutural de “tubo perimetral” e o enfraquecimento do aço pelo calor extremo levaram à queda vertical dos edifícios:
Esse isolamento protegeu o aço do calor imediato do fogo, impedindo que ele perdesse sua resistência instantaneamente. Foi essa proteção que permitiu que a Torre Sul ficasse de pé por 56 minutos e a Torre Norte por 1 hora e 42 minutos, dando tempo para a evacuação de milhares de pessoas.
Qual foi o verdadeiro catalisador do colapso?
O catalisador foi o calor contínuo do incêndio. Embora o fogo não tenha derretido o aço, as temperaturas de até 1000°C fizeram com que o metal amolecesse e perdesse cerca de 50% de sua rigidez, um fenômeno previsto em normas de segurança contra incêndio, como as da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Com o aço enfraquecido, as treliças dos pisos começaram a ceder, puxando as colunas externas para dentro. Essas colunas, já danificadas e sob imensa pressão, sofreram flambagem (buckling), um tipo de colapso súbito. A falha de um andar gerou uma reação em cadeia que destruiu os andares inferiores em uma queda vertical.
Sequência da falha estrutural:
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O calor enfraquece o aço das treliças e colunas.
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As treliças cedem e puxam as colunas externas para dentro.
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As colunas externas sofrem flambagem e falham.
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Os andares superiores caem, causando um colapso progressivo.
O que a engenharia aprendeu com a tragédia?
O evento gerou uma profunda revisão nas práticas de engenharia civil em todo o mundo. O novo One World Trade Center, construído no local, reflete essas lições. Seu núcleo de aço foi substituído por uma parede maciça de concreto armado, muito mais resistente ao fogo e a impactos.

Além disso, as estruturas de aço do novo edifício são totalmente revestidas por concreto, evitando que o calor de um incêndio cause o amolecimento do metal. Esses novos padrões de segurança, supervisionados por órgãos como o CONFEA (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) no Brasil, visam garantir que uma falha localizada não leve ao colapso total da estrutura.
| Característica | Torres Gêmeas (Antigas) | One World Trade Center (Novo) |
| Núcleo Estrutural | Aço com gesso acartonado. | Concreto armado de alta resistência. |
| Proteção contra Fogo | Spray de espuma isolante. | Revestimento de concreto sobre o aço. |

