No mercado financeiro, um dos dilemas mais comuns entre os investidores é decidir entre ações que pagam dividendos e aquelas com maior potencial de valorização. Enquanto alguns buscam renda passiva e previsibilidade, outros miram crescimento acelerado do patrimônio. Mas será que uma estratégia é realmente melhor que a outra?
Segundo David Martins, consultor de investimentos da MSX Invest, a resposta depende do momento do investidor e de seus objetivos financeiros. A escolha entre empresas pagadoras de dividendos e empresas de crescimento não é apenas uma questão de rentabilidade, mas sim de estratégia e planejamento.
O papel dos dividendos na construção de renda passiva
Empresas consolidadas, com forte geração de caixa e poucos investimentos em expansão, tendem a distribuir boa parte dos seus lucros aos acionistas. Essas companhias, conhecidas como pagadoras de dividendos, são geralmente menos voláteis e oferecem previsibilidade aos investidores.
Segundo Martins, esse tipo de empresa faz mais sentido para quem busca renda passiva e previsível, como investidores próximos da aposentadoria ou que desejam complementar a renda.
- Menor volatilidade: oscilações menores no preço das ações.
- Fluxo de caixa constante: pagamento regular de dividendos.
- Boa previsibilidade: empresas já consolidadas no mercado.
No entanto, o especialista destaca que nem sempre dividendos são a melhor escolha. Se o investidor está construindo patrimônio, pode ser mais vantajoso reinvestir os ganhos em ativos com maior potencial de valorização.
A valorização como estratégia para multiplicação do patrimônio
Já as empresas de crescimento estão em fase de expansão e reinvestem seus lucros para ganhar mercado. Elas costumam ser mais voláteis, mas oferecem maior potencial de valorização das ações no longo prazo.
“Empresas de crescimento fazem mais sentido para investidores que buscam rentabilidade superior e aceitam maior risco, pois essas ações têm maior potencial de ganhos no longo prazo”, explica Martins.
- Maior potencial de valorização: retorno mais expressivo no longo prazo.
- Foco na expansão: reinvestimento dos lucros em novos projetos.
- Ideal para quem busca multiplicação de patrimônio.
No entanto, o especialista alerta que essas empresas também podem passar por períodos de maior instabilidade e exigem paciência por parte dos investidores.
O que compensa mais? Depende do momento do investidor
A decisão entre dividendos e valorização está diretamente ligada ao momento da vida do investidor e aos seus objetivos financeiros.
- Investidores em fase de acumulação de patrimônio podem se beneficiar mais das ações de crescimento, pois têm tempo para absorver a volatilidade e maximizar os ganhos no longo prazo.
- Investidores que buscam renda passiva e maior previsibilidade tendem a preferir empresas pagadoras de dividendos, garantindo um fluxo de caixa regular.
“O ideal é que o portfólio esteja alinhado com o perfil e os objetivos do investidor. Muitas vezes, uma carteira equilibrada combina os dois tipos de ativos, aproveitando o melhor de cada estratégia”, conclui Martins.
Seja para buscar crescimento acelerado ou previsibilidade financeira, a decisão entre dividendos e valorização deve sempre levar em conta a tolerância ao risco e o horizonte de investimento de cada investidor.
