O Déjà vu é a sensação misteriosa e passageira de que um momento completamente novo já foi vivido antes. A psicologia descarta explicações paranormais e aponta para uma fascinante “falha na Matrix” do nosso cérebro, um pequeno e inofensivo erro no processamento da memória.
A teoria do processamento duplo: um eco no cérebro
A teoria mais aceita para explicar o Déjà vu é a do processamento duplo. Normalmente, nosso cérebro capta informações sensoriais e as processa em uma única e coesa percepção. O Déjà vu pode ocorrer quando há um atraso mínimo, de milissegundos, entre duas vias de processamento cerebral, veja abaixo o vídeo do canal Psicóloga Sandra Bueno:
Essencialmente, o cérebro registra a mesma informação duas vezes em rápida sucessão. A primeira percepção é instantânea, e a segunda, com seu minúsculo atraso, é interpretada pela mente como uma “memória” do que acabou de acontecer, gerando a estranha sensação de familiaridade.
Uma falha no sistema de familiaridade da memória?
Outra explicação está no sistema de reconhecimento do nosso cérebro, localizado no lobo temporal. Essa área é responsável por nos dizer se uma situação é nova ou familiar. Um Déjà vu pode ser um “falso positivo” desse sistema, um momento em que ele é ativado por engano.
É como se o circuito cerebral que grita “eu já vi isso antes!” disparasse no momento errado. Isso pode acontecer quando um novo ambiente contém elementos semelhantes a lugares que já vimos, mas não lembramos conscientemente. O cérebro confunde a semelhança com a repetição. As principais teorias são:
- Processamento Duplo: Um pequeno atraso entre duas vias cerebrais, fazendo o mesmo momento ser percebido duas vezes.
- Falha na Familiaridade: O sistema de reconhecimento do lobo temporal é ativado incorretamente.
- Atenção Dividida: Percebemos algo subliminarmente e, ao focar, a cena parece familiar.
- É um fenômeno normal, especialmente em jovens, e raramente um sinal de problema.
A conexão com a atenção dividida ou distração momentânea
Uma teoria mais simples sugere que o Déjà vu pode ser causado por uma distração. Imagine que você entra em uma sala enquanto está distraído com o celular. Seu cérebro registra o ambiente de forma subliminar, sem que você preste atenção consciente.
Um segundo depois, você guarda o celular e olha ao redor com atenção total. A percepção subliminar anterior faz com que o ambiente pareça estranhamente familiar, pois, de certa forma, seu cérebro já o viu, mas você não se lembra de tê-lo visto.
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É um sinal de algo errado com o cérebro?

Para a grande maioria das pessoas, o Déjà vu é um fenômeno normal e inofensivo, mais comum em pessoas entre 15 e 25 anos, possivelmente porque o cérebro ainda está amadurecendo seus circuitos de memória. É simplesmente um sinal de que o sistema de verificação de memória do cérebro está funcionando bem.
No entanto, se os episódios de Déjà vu se tornarem extremamente frequentes e forem acompanhados por outros sintomas neurológicos, como alucinações ou perda de consciência, é importante procurar um médico, pois em casos muito raros podem estar associados à epilepsia do lobo temporal.
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