A inflação ao consumidor nos Estados Unidos registrou um avanço no núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) em setembro, atingindo alta de 0,3% no mês, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio americano.
O núcleo, que é a medida preferida do Federal Reserve (Fed) para balizar a política monetária, superou a alta de 0,2% observada em agosto, confirmando as expectativas do mercado. Para o Fed, manter o controle inflacionário em meio a um mercado aquecido é essencial para evitar pressões de preços.
Sefundo análise de William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, é possível observar uma trajetória benigna da inflação, que, nos últimos 12 meses, se encontrapraticamente em linha com a meta do Fed. “Obviamente, riscos sempre existem, e é necessário monitorar a desaceleração de preços em
serviços e moradias, que tem influenciado o núcleo do índice. Os dados corroboram um leve ajuste que temos visto nas curvas de juros recentemente, trazendo as expectativas do mercado mais próximas às do Fed”, disse Castro Alves
Núcleo do PCE em 12 meses indica inflação persistente
Na análise anualizada, o núcleo do PCE avançou para 2,7% até setembro, superando a marca de 2,6% de agosto. Esse dado, também projetado pelo consenso do LSEG, reforça a atenção do Fed para garantir a estabilidade de preços, pois o índice exclui itens voláteis, como alimentos e energia, para fornecer uma leitura mais precisa do comportamento dos preços no longo prazo.
Ao incluir categorias como alimentos e energia, o índice cheio de preços ao consumo nos EUA subiu 0,2% em setembro, após alta de 0,1% em agosto. Esse movimento também estava dentro do esperado e coloca o aumento anual em 2,1%. Para os economistas, esses dados reforçam o panorama que o Fed considerará nas suas próximas decisões de política monetária, especialmente sobre possíveis ajustes na taxa de juros.
“Abrindo o dado, vemos que a inflação segue sendo puxada pelos preços de serviços, que aumentaram 0,3%, enquanto os preços de bens diminuíram 0,1% (a quarta medição negativa para a categoria). Os preços de moradias diminuíram seu ritmo, subindo 0,3%. Bens e serviços de energia caíram 2%. O impacto o mercado foi de uma leve elevação dos yields dos títulos americanos; o índice dólar se desvaloriza levemente; e os índices acionários cedem, mas refletindo muito mais os resultados corporativos do que o dado de inflação”, finaliza William Castro Alves.