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ESG: o que é retórica e o que é realidade

Fabio Ongaroby Fabio Ongaro
19/08/2025

Recentemente participei de um debate sobre sustentabilidade promovido pela plataforma Money Report. No comando do painel, estavam pessoas/profissionais de altíssimo nível e a conversa foi conduzida pelo jornalista e publisher Aluízio Falcão Filho, que, além de me honrar com sua amizade, é um profissional de vastíssima cultura e detentor de um senso de observação sobre a sociedade e os acontecimentos do mundo realmente raro.

Confesso que, nesses debates, não costumo ser muito participativo enquanto expectador. Talvez porque nem sempre o tema seja tratado de forma que desperte meu interesse ou talvez porque, quando o debate é muito bom, prefiro me concentrar nas reflexões que ele me provoca, em vez de compartilhar meus pensamentos no momento. Normalmente os da Money Report são muito bons. Esse foi exatamente um desses casos. Me levou a refletir.

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Nos últimos anos, vejo cada vez mais espaço para três letras: ESG. Está nos relatórios anuais, nas apresentações de conselhos e nas campanhas publicitárias. O conceito de Environmental, Social and Governance virou quase um carimbo de reputação. Mas sempre me pergunto: se ESG não gerar lucro tangível, por que deveria ser seguido?

Não falo isso por ceticismo gratuito, mas por pragmatismo. Empresas competem para sobreviver. Elas precisam gerar retorno e reinvestir para crescer. Quando margens apertam, qualquer iniciativa sem benefício direto ou indireto é a primeira a ser cortada. ESG se sustenta quando reduz riscos regulatórios, abre mercados, melhora eficiência ou atrai capital mais barato. Fora disso, vira luxo estratégico que poucos podem bancar.

Percebo também que existe uma diferença enorme entre tratar o “S” e o “G” e tratar o “E”. Social e governança podem ser implementados dentro de empresas e países, sem depender de um pacto global. É possível adotar políticas de diversidade, combater a corrupção e melhorar a transparência de forma independente.

Já o ambiental é outra história. Preservar o planeta exige ações coordenadas no mundo todo, decisões de longo prazo e, principalmente, uma regra de comportamento comum a todos. Se alguns não participam, ganham vantagem competitiva e enfraquecem todo o esforço coletivo.

Cinco países e blocos – China, Estados Unidos, Índia, Rússia e União Europeia – respondem por mais de 60% das emissões de CO₂. Sem todos na mesma mesa, o resultado é limitado. O Protocolo de Kyoto (1997) mostrou isso: sem a adesão dos EUA e com a saída de outros países-chave, o impacto global foi reduzido. Já o Acordo de Paris (2015) conseguiu engajar mais nações, mas as metas assumidas ainda são insuficientes para limitar o aquecimento a 1,5°C, segundo o próprio IPCC.

Outro ponto que considero crucial: as operações de crédito de carbono, embora relevantes, são apenas um paliativo econômico. Elas ajudam a financiar projetos sustentáveis e compensar emissões inevitáveis, mas a verdadeira batalha está em não emitir carbono desde o início, e não apenas “comprar” um saldo positivo no papel. Sem redução efetiva, o crédito de carbono corre o risco de virar um álibi para adiar mudanças estruturais.

A COP30, marcada para Belém em 2025, será um teste decisivo dessa coordenação. Os Estados Unidos estão em forte dúvida: a mudança de postura do atual governo americano, que enfraqueceu a estrutura federal responsável por negociações climáticas, coloca incerteza sobre a presença oficial do país no evento. Já a China, embora tenha dado sinais de engajamento e protagonismo na pauta de energias renováveis, ainda precisará demonstrar firmeza em sua participação prática e nas concessões que estará disposta a assumir em Belém.

Em teoria, a Organização Mundial do Comércio poderia coordenar essa uniformidade, vinculando padrões ambientais ao comércio internacional. A União Europeia já iniciou algo semelhante com o CBAM (Carbon Border Adjustment Mechanism), que vai taxar importações intensivas em carbono. Mas convencer potências rivais a seguir as mesmas regras e fiscalizar seu cumprimento é, no mínimo, improvável.

Incentivos desalinhados

Hoje, a competição é desigual. A China ainda gera 55% de sua eletricidade a partir do carvão, embora invista pesado em solar e eólica para dominar essas cadeias produtivas. Países árabes continuam expandindo petróleo e gás, mesmo enquanto financiam projetos de energia limpa para diversificar no futuro. Os EUA investem centenas de bilhões em renováveis pela Lei de Redução da Inflação, mas seguem como maiores produtores de petróleo do mundo.

Nesse contexto, empresas que internalizam custos ambientais competem em desvantagem. Resultado: erosão de incentivos, impacto global limitado e, às vezes, uma corrida para o fundo do poço, com governos afrouxando exigências para proteger setores estratégicos.

Interesses nacionais e realidade física

As decisões ambientais não são só éticas ou de imagem. Elas tocam o núcleo das estratégias nacionais. Para a Europa, metas climáticas significam independência energética e liderança tecnológica. Para exportadores de petróleo, atrasar a transição mantém receitas e influência geopolítica. Para emergentes, há o argumento de que os países ricos, responsáveis pela maior parte das emissões históricas, deveriam arcar com custos maiores, um impasse que trava negociações.

Já houve vitórias coletivas. O Acordo de Montreal (1987), que baniu substâncias que destroem a camada de ozônio, é exemplo clássico de sucesso. Mas a comparação com o CO₂ revela a diferença: no caso do ozônio, havia substitutos viáveis e impacto econômico limitado; no carbono, estamos falando de mudar a matriz energética e a base industrial do planeta.

Enquanto isso, a realidade física se impõe. Em 2023, desastres climáticos geraram perdas de US$ 250 bilhões, segundo a Swiss Re. Enchentes no Paquistão, seca histórica no Rio Paraná, ondas de calor na Europa, não são projeções, são fatos. Historicamente, só agimos em bloco diante de ameaças imediatas e inegáveis. No caso climático, esperar por isso pode ser tarde demais.

O Brasil e o futuro

No Brasil, temos ativos ambientais valiosos, como a Amazônia, matriz elétrica limpa. Eles podem virar vantagem competitiva. Setores como etanol, bioenergia e agro com rastreabilidade já ganham espaço em mercados exigentes. Mas é preciso evitar ver ESG apenas como imposição externa e, sim, como motor de inovação e acesso a mercados.

No “S” e no “G”, dá para avançar localmente. No “E”, não há solução isolada: ou todos seguem a mesma regra, ou será insuficiente. A COP30, em Belém, será um divisor de águas para medir se o mundo está disposto a isso. Os Estados Unidos, com seu peso econômico e tecnológico, estão em forte dúvida, e a ausência de uma liderança federal robusta fragilizaria qualquer acordo. A China, por sua vez, embora sinalize engajamento e já exerça protagonismo em energias renováveis, ainda precisará mostrar firmeza na participação factual e disposição para assumir compromissos concretos que transcendam declarações de intenção.

Se a história serve de guia, a mudança virá. A questão é se virá a tempo e se as duas maiores potências do planeta estarão realmente dispostas a fazer parte dela.

*Coluna escrita por Fabio Ongaro, economista e empresário no Brasil, CEO da Energy Group e vice-presidente de finanças da Camara Italiana do Comércio de São Paulo – Italcam

As opiniões transmitidas pelo colunista são de responsabilidade do autor e não refletem, necessariamente, a opinião da BM&C News. Leia mais colunas do autor aqui.

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