No programa BM&C News, Beto Saadia, da Nomos, avaliou a situação fiscal do Brasil em um ano eleitoral. Historicamente, esse período é marcado por um aumento nos gastos públicos. “O mercado mantém a esperança de um alívio fiscal, mas é preciso questionar se essa expectativa é realista diante do histórico de gastos relacionados à PEC da transição“, afirmou Saadia. Essa análise se torna crucial, pois o Brasil enfrenta desafios fiscais significativos que podem impactar o futuro da economia.
Um ponto central da discussão foi a possibilidade de cortes de gastos em 2026. Beto destacou que, embora haja um desejo de redução, o cenário atual não favorece a implementação de medidas drásticas. A expectativa é que os gastos permaneçam elevados, especialmente com a pressão política típica de anos eleitorais.
Como o fiscal afeta os investimentos?
Beto Saadia também comentou sobre a valorização da bolsa brasileira, impulsionada por investimentos estrangeiros. Segundo ele, esses investidores têm se aventurado em ativos considerados baratos, especialmente no setor de utilities, energia e saneamento. “O movimento foi amplamente favorecido pelo fim do excepcionalismo americano, e não necessariamente por medidas fiscais do governo brasileiro“, destacou.
Esse influxo de capital estrangeiro representa uma oportunidade para o Brasil, mas também uma responsabilidade. É fundamental que as políticas econômicas sejam ajustadas para manter esse interesse no longo prazo. Além disso, Saadia alertou para as possíveis tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, que podem impactar a entrada de investimentos nos próximos meses, criando um cenário de incertezas.
Além do fiscal: qual é a perspectiva macroeconômica?
Na visão de Beto, a perspectiva macroeconômica para o Brasil deve ser analisada com cautela. Embora haja sinais positivos, como o aumento dos investimentos, a dependência de condições externas, especialmente das relações comerciais globais, não pode ser subestimada.
Os investidores devem estar atentos às mudanças no cenário internacional e suas repercussões no mercado local. A capacidade do Brasil em atrair investimentos dependerá de sua estabilidade política e fiscal, além das reformas necessárias para melhorar o ambiente de negócios.
Com a aproximação de 2026, a questão que se coloca é: o Brasil conseguirá implementar cortes significativos de gastos? Beto Saadia sugeriu que, dado o histórico recente e a pressão política, essa tarefa pode ser mais desafiadora do que parece. A combinação de um cenário fiscal apertado e a expectativa de aumento de gastos pode criar um ambiente de incerteza para os investidores.
Portanto, é essencial que os investidores realizem uma análise cuidadosa antes de se comprometerem com ativos no Brasil. A diversificação e a atenção às dinâmicas globais serão fundamentais para mitigar riscos e aproveitar oportunidades no futuro próximo.