Em um cenário de intensos debates sobre a reforma agrária em nosso país, figuras como João Pedro Stédile, líder dos Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, refletem visões contrastantes sobre o desempenho desse setor em 2023.
Stédile acredita que o ano passado foi um dos piores para as famílias assentadas, um cenário que, para ele, é fruto do escasso comprometimento dos governos anteriores com a reforma agrária. No entanto, Teixeira refuta esse ponto de vista, afirmando que 2023 destacou-se pelo maior número de famílias assentadas desde 2015.
Reforma Agrária como pauta em 2023: Melhorias ou desafios?

Separar realidade e opinião em meio a perspectivas conflitantes não é tarefa simples. De acordo com Paulo Teixeira, Ministro do Desenvolvimento Agrário, as críticas de Stédile não refletem a atual situação da reforma agrária brasileira.
Teixeira reafirma que, em 2023, o governo conseguiu assentar 7.200 famílias e regularizou outras 40.000. Isso representaria o maior número desde a paralisação em 2015. Ele também apontou que, embora os recursos orçamentários fossem escassos, a crítica de Stédile estaria baseada nessa condição.
Um olhar para o futuro da reforma agrária no Brasil
Para o próximo ano, o Ministro do Desenvolvimento Agrário está otimista. Paulo Teixeira mencionou que terras pertencentes ao estoque do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e áreas públicas serão destinadas à reforma agrária. Esta também será uma estratégia para terras transferidas de grandes devedores da União ou aquelas que serão desapropriadas para a reforma agrária.
Sobre as críticas de Stédile, estas estão consolidadas em um vídeo, onde ele declara que “este é o pior ano dos 40 anos do MST. Porém, nós compreendemos. Faz parte da luta”.
O líder do MST também menciona que a falta de recursos e a crise econômica agravada por governos anteriores são barreiras para a aceleração da reforma agrária. Reconhecendo a complexidade do cenário, Stédile sinaliza compreensão com o ritmo mais lento de avanços na reforma do setor agrário durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em meio a debates acalorados e perspectivas distintas, fica evidente a necessidade de um olhar crítico e atualizado sobre a reforma agrária no Brasil. Apenas dessa forma, será possível alcançar soluções efetivas e justas para os problemas enfrentados pelas famílias assentadas e os trabalhadores rurais do nosso país.