A economia brasileira continua a enfrentar desafios fiscais complexos, como evidenciado pelo aumento da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG). No mês de outubro, a DBGG atingiu 74,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa um valor equivalente a impressionantes R$7,9 trilhões. Esta dívida compreende o acúmulo do governo federal, do INSS e dos governos estaduais e municipais.
Ainda de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central (BC), este indicador apresentou um crescimento de 0,3 ponto percentual do PIB em comparação ao mês anterior. O crescimento foi especialmente prejudicado pela evolução dos juros nominais apropriados, que aumentaram 0,6 ponto percentual, e pela emissão líquida de dívida, que teve um aumento de 0,1 ponto percentual.
Qual o impacto da variação do PIB nominal na DBGG?

De acordo com os números divulgados pelo BC, um fator que ajudou a equilibrar este crescimento foi a variação do PIB nominal. Este indicador reduziu 0,5 ponto percentual, o que amenizou o impacto do aumento das outras variáveis. No acumulado do ano, o crescimento na relação dívida x PIB foi de 1,8 p.p., muito impactado pelos juros nominais apropriados que tiveram um aumento de 6,4 p.p. e das emissões líquidas de dívida que aumentaram 0,2 p.p.
Como se comportou o superávit primário em outubro?
O BC também divulgou dados sobre o superávit primário das contas públicas. Em outubro, este indicador apresentou um resultado de R$14,8 bilhões. Embora positivo, este número representa uma queda de 45,39% quando comparado ao mesmo período do ano anterior, onde foi registrado um superávit de R$27,1 bilhões. No âmbito do Governo Central, presenciou-se um superávit de R$19,5 bilhões. Contudo, tal valor foi impactado pelos déficits presentes tanto nos governos regionais, que foi de R$3,9 bilhões, quanto nas empresas estatais, que fechou em R$805 milhões.
Os desafios fiscais para as contas públicas no Brasil ainda persistem, como exemplificado pelos dados revelados. Conclui-se que, sobretudo em tempos de incertezas econômicas, a gestão eficaz e a planejamento de longo prazo são fundamentais para garantir a saúde das finanças públicas.