Em um cenário de alta de juros, muitos olhos se voltam para as projeções feitas pelos bancos e analistas de mercado. Neste contexto, uma das expectativas mais recentes aponta que a Selic, a taxa de juros básica da economia brasileira, deve registrar uma queda significativa para 9,25% no próximo ano.
O Banco suíço Lombard Odier, por sua vez, é uma das instituições que seguem as projeções do Relatório Focus. Anteriormente, o mercado apontava para uma Selic de dois dígitos, mas os últimos dados indicam que essa taxa deve terminar 2024 em um dígito – especificamente, em 9,25%.
Os principais vislumbres do cenário monetário

Christian Abuide, responsável por asset allocation do Lombard Odier, concedeu uma entrevista para a Bloomberg, onde deu mais detalhes sobre a perspectiva de queda na Selic. Segundo ele, o Banco Central (BC) deve promover cortes de 0,50 ponto percentual em pelo menos mais três reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom). Ou seja, a expectativa é de que o atual ritmo de cortes se mantenha até a reunião de março.
O especialista aponta que os juros reais positivos do Brasil estão entre os mais altos dos mercados emergentes, mas acredita que parte da negatividade do mercado, que acompanhava de perto riscos fiscais, já está dissipada.
E o que esperar para o real e o dólar?
Se a Selic está para cair, o dólar também deve seguir uma trajetória de queda em relação ao real. Ao menos é o que apontam as perspectivas do analista do Lombard Odier. Ele estima que, em 2024, o dólar possa chegar a R$ 4,50, abaixo das estimativas do Focus, que apontam para R$ 5,05.
O fim do ciclo de aperto do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, está cada vez mais precificado no mercado, segundo o analista. Isso favorece as operações de carry trade – aquelas que ganham com o diferencial entre as taxas no mercado de câmbio – que podem se sustentar nesse contexto.
















