O Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade, na sexta-feira, dia 24, ao julgamento dos processos envolvidos na chamada “revisão da vida toda”. O assunto, de grande relevância para a população brasileira aposentada, tem gerado bastante expectativa nos últimos meses. O recurso em análise foi apresentado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e busca um posicionamento definitivo da corte sobre a questão.
Com o voto-vista do ministro Cristiano Zanin, o julgamento da matéria foi retomado. Na ocasião, o ministro votou a favor do recurso apresentado pelo INSS, contra a decisão que considerou constitucional a revisão da vida toda. Segundo Zanin, o acórdão anterior do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – que validou a possibilidade do segurado do INSS optar por recalcular a aposentadoria, considerando todas as contribuições – contém vícios e deve ser anulado.
Quais os impactos da decisão do STF na vida dos aposentados do INSS?

Na prática, a decisão do STF sobre o tema trará reflexos diretos para milhares de aposentados brasileiros. Caso o julgamento siga a posição do ministro Zanin, a alteração do cálculo dos benefícios permitirá que contribuições realizadas até julho de 1994 sejam incluídas no cálculo dos benefícios, o que pode resultar em aposentadorias de maior valor para aqueles que contribuíram mais no período.
No entanto, o voto de Zanin também propõe que haja um marco temporal para a decisão, considerando 13 de dezembro de 2022, a fim de limitar os efeitos retroativos da revisão e reduzir o impacto financeiro para o INSS. Esse ponto também tem sido endossado pelos outros ministros, com destaque para Alexandre de Moraes e Rosa Weber, que propuseram datas semelhantes para a modulação dos efeitos da tese.
A decisão é definitiva?
Apesar dos avanços, a decisão final ainda não foi proferida. O julgamento continua em plenário virtual e, caso não haja pedido de vista ou destaque, a decisão final deve ser divulgada na próxima sexta-feira, dia 1º de dezembro. Enquanto isso, os aposentados aguardam ansiosos pelo desfecho do processo, que tem potencial para alterar significativamente o valor de seus benefícios.
Enquanto isso, Alexandre de Moraes, relator do caso, propôs no seu voto que benefícios previdenciários já extintos sejam excluídos do recálculo proposto pela revisão da vida toda, o que poderia reduzir ainda mais o montante a ser disponibilizado pelo INSS aos beneficiários.
De toda forma, a questão ainda está aberta e gera muitas expectativas. O STF tem em suas mãos uma decisão que impactará a vida de muitos brasileiros, e aguardamos o desenrolar deste importante julgamento.