Os mais de 118 trilhões de dólares espalhados pelo mundo representam o equivalente ao “agregado monetário M2” de acordo com a nomenclatura dos economistas. Esta quantia engloba tanto o dinheiro na forma de cédulas e depósitos em conta corrente, quanto aquele alocado em investimentos de fácil resgate – incluindo contas remuneradas, poupança, CDBs e outros. Para entender melhor, o M2 é uma versão ampliada do M1, que contempla apenas o dinheiro físico mais os depósitos em contas correntes.
O Banco Central é o responsável por incrementar essa gigantesca quantidade monetária. Como autarquia, tem a permissão para “imprimir dinheiro” e ceder empréstimos aos bancos. Desta maneira, o valor total de dinheiro representado pelo M2 tende a aumentar no longo prazo, gerando aumento de preços e, consequentemente, inflação. Mas, vamos aprofundar isso no próximo tópico.
A relação entre quanto dinheiro existe no mundo e a inflação
A expansão da base monetária por meio da atuação do Banco Central alimenta o crescimento econômico, mas também é a raiz da inflação. Aliás, sem esse mecanismo, a inflação simplesmente não existiria, considerando que se trata do aumento geral de preços provocado pelo excesso de demanda em relação à oferta de bens e serviços. Isso acontece pelo maior volume de dinheiro em circulação, o que gera uma competição por bens, levando à elevação dos preços.
Agora que sei quanto dinheiro existe no mundo, e no Brasil?
O Brasil, até julho de 2023, tinha um M2 correspondente a 5,4 trilhões de reais, equivalente a US$ 1,1 trilhão – refletindo um aumento de 1,7% em relação ao mês anterior. Em uma escala global, essa cifra coloca o país na 22ª posição, próximo a nações com tamanho econômico semelhante, como Rússia e México. No entanto, o Brasil também fica perto de países com PIB menor, mas com alto padrão de vida, como Suíça e Holanda.
O país com o maior volume de dinheiro em circulação é a China, seguida pelos Estados Unidos. Estes países apresentam economias robustas e extensos mercados financeiros. Portanto, mesmo que essas cifras pareçam astronômicas, cabe lembrar que a quantidade de dinheiro em circulação deve ser avaliada em relação ao tamanho da economia de cada país, seu nível de endividamento, grau de formalização da economia, entre outras variáveis.