
No primeiro pregão da semana, a segunda-feira (9) foi marcada por um aumento relevante nas ações de petroleiras na bolsa. Este movimento positivo foi capaz de contrapor o enfraquecimento do Ibovespa, que tem sido influenciado por um novo cenário de conflito mundial. Apesar da Petrobras liderar essa escalada, as petroleiras júniores, como a Prio e PetroReconcavo, tiveram uma reação ainda mais expressiva.
Tais movimentações estão atreladas ao cenário de incertezas gerado pelos recentes ataques do grupo islâmico Hamas em Israel e pela eventual ampliação do conflito para outros países, como o Irã. Este cenário tem gerado preocupações em relação a possíveis sanções ou diminuição na produção de petróleo, o que vai ao encontro do aumento nos preços da commodity.
Por que petroleiras júniores tiveram alta expressiva?
A alta expressiva das petroleiras júniores comparada à Petrobras pode ser explicada por suas dimensões de mercado. Gabriel Mollo, do Banco Daycoval, esclarece que estas empresas, por terem uma capitalização menor, costumam apresentar maior volatilidade na bolsa. No contexto atual, justamente por serem menores e terem maior capacidade de expansão em um cenário favorável, as petroleiras júniores têm prevalecido. Contudo, vale destacar que estas ações podem ser mais impactadas em conjunturas negativas.
O petróleo vai disparar?
Embora a alta expressiva do petróleo nesta segunda tenha chamado atenção, especialistas do mercado alertam para a imprecisão no percurso futuro desta commodity. Rodney Ribeiro, economista na WIT Invest, referiu a possibilidade de um aumento advindo da escassez causada pelo conflito na Ucrânia e, possivelmente, no Oriente Médio, mas reforçou a incerteza quanto ao cenário de disparada dos preços das commodities. Isto porque os mercados estão assombrados pelo risco de recessão global, um fator que pode vir a reduzir os preços.
O cenário atual é favorável para as produtoras de petróleo?
Mollo, do Daycoval, alerta que o nível atual do petróleo, embora seja positivo para as produtoras do ramo, pode ser prejudicial para a economia ao gerar inflação. Como consequência, bancos centrais podem restringir suas políticas monetárias em seus respectivos países, o que aumenta o custo de capital de terceiros e acaba por gerar menor lucro nas ações.
O cenário requer uma análise cautelosa dos investidores. A volatilidade da bolsa e as incertezas geográficas e econômicas globais podem impactar diretamente o desempenho das ações de petroleiras, tanto as gigantes quanto as júniores.