O Brasil é um país com enorme potencial de crescimento. Tem uma população relativamente jovem, abundância de recursos naturais, é uma potência agrícola e apresenta uma série de fatores positivos que a maior parte das nações do mundo invejam: vasto território arável, clima favorável, abundância de água, e isolamento geográfico que lhe permite não ter de imiscuir-se em problemas geopolíticos.
O País está numa região pacífica do mundo, com uma vizinhança que, infelizmente, por má gestão, tem ficado sujeita às dificuldades geradas pelo crescimento do poder paralelo, representado pelo narcotráfico e crime organizado. A América do Sul, no entanto, representa uma larga porção do território global, abundante em recursos e com menor densidade populacional que outros continentes. A despeito destas possibilidades, o continente, à exceção do Chile, tem ficado muito aquém de suas possibilidades.
O Brasil que por tamanho e recursos deveria ter um papel importante na liderança regional, particularmente como locomotiva econômica, por sua gestão administrativa de baixa competência e falta de visão ao longo de décadas, tampouco logra avançar o desenvolvimento regional. Para piorar, logrou criar uma série de impeditivos para seu avanço econômico e social.
Há décadas em que os investimentos em infraestrutra estão aquém das necessidades. Um país que pretende ser uma potência alimentar corre o risco de, em breve, destruir a sua competitividade por causa da ausência de armazenamento suficiente ou uma infraestrutura decente para escoar a sua produção.
O País, historicamente, aposta na moeda desvalorizada como forma de manter sua competitividade internacional. Com isto, torna o produto importado praticamente inviável de ser adquirido. Se houvesse uma política industrial para promoção do crescimento da indústria nacional que repusesse os produtos com igual qualidade e competitividade internacionalmente até faria sentido.
Mas, como toda política econômica capenga, o consumidor brasileiro é praticamente extorquido e obrigado a ficar sem ou a utilizar um similar de qualidade duvidável. Todo e qualquer produto importado tende a ser caríssimo, em razão do câmbio desvalorizado e de uma tributação escorchante que beneficia a muito poucos setores da economia.
Convencionou-se, ainda, no País algumas barbaridades: a população não deve ter carros. O preço elevadíssimo dos veículos se baseia na premissa de que o transporte individual deve ser evitado. No entanto, como mais uma política capenga, o transporte público brasileiro é extremamente deficitário, insuficientes, e desconfortáveis, além de não atingirem a plenitude do território.
Os veículos são caríssimos e o País não melhora a infraestrutura e cria custos elevadíssimos de combustível, porque as cidades têm péssimo planejamento. Ao invés de se criarem novos viadutos e estradas – que gerariam novos empregos, crescimento e melhorias tecnológicas e de fluxo – a discussão é sobre a redução das vias públicas. Na Ásia, onde viadutos se sobrepõem como forma de acelerar a movimentação da população, o crescimento econômico se faz com políticas de melhor infraestrutura e desenvolvimento industrial.
É hora de parar de repensar o País e questionarmos: por que é tão caro ser brasileiro?