Nesta quarta-feira (12), foi divulgado que o Ministério da Educação (MEC) não oferecerá mais apoio para a implementação de escolas cívico-militares no Brasil. Essa decisão despertou debates acalorados entre especialistas, educadores e famílias dos alunos. Enquanto alguns defendem a proposta como um modelo de ensino que promove disciplina e valores cívicos, outros questionam sua efetividade e levantam preocupações relacionadas aos direitos humanos e à militarização do ambiente escolar.
O que são escolas cívico-militares?
As escolas cívico-militares são um modelo educacional que combina a gestão compartilhada entre civis e militares, com o objetivo de promover valores como disciplina, hierarquia, patriotismo e respeito à autoridade. Nesse tipo de instituição, militares da reserva ou da ativa atuam como monitores ou tutores, oferecendo apoio aos professores e contribuindo para a formação dos estudantes.
Aqueles que apoiam as escolas cívico-militares argumentam que elas podem ser uma solução para os desafios enfrentados pelo sistema educacional brasileiro, incluindo a falta de disciplina em sala de aula e a baixa qualidade do ensino. Defendem que a disciplina e a hierarquia militar podem contribuir para melhorar o ambiente escolar e promover uma educação mais focada no desenvolvimento integral dos alunos. Além disso, afirmam que a presença de militares nas escolas pode ajudar a fortalecer valores cívicos e estimular o sentimento de patriotismo entre os estudantes.
Por outro lado, críticos das escolas cívico-militares levantam preocupações relacionadas à militarização do ambiente escolar e aos possíveis impactos nos direitos humanos e na liberdade de expressão dos alunos. Argumentam que a disciplina militar pode se sobrepor ao desenvolvimento crítico e criativo dos estudantes, restringindo sua autonomia e individualidade. Além disso, questionam a efetividade desse modelo educacional, destacando a importância de investir em políticas públicas que promovam uma educação de qualidade para todos, em vez de concentrar recursos em um tipo específico de instituição.
A visão de especialistas
Especialistas em educação têm opiniões divergentes sobre as escolas cívico-militares. Alguns acreditam que esse modelo pode ser uma alternativa válida, desde que seja implementado de forma responsável e respeitando os direitos dos estudantes. Outros argumentam que é mais importante investir em melhorias estruturais nas escolas existentes e em políticas que valorizem os profissionais da educação.
Apesar da decisão federal, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou via rede social Twitter que o programa seguirá no Estado por meio de um decreto “para regular o seu próprio programa de escolas cívico-militares e ampliar unidades de ensino com este formato”.