
No último domingo (05), a União Europeia (UE) se juntou aos EUA e ao Reino Unido para proibir as importações de diesel e outros derivados de petróleo refinado russos. A decisão do bloco é mais uma de suas tentativas de colocar um fim aos laços energéticos com a Rússia devido à guerra com a Ucrânia, que durante anos foi sua maior fonte de energia.
Entretanto, para Heitor Paiva, analista de energia e macroeconomia da hEDGEpoint, a decisão é bem preocupante, principalmente em relação a restrição ao diesel russo, já que 40% de todo o diesel que a Europa importava legalmente, até o último domingo, vinha da Rússia.
Para o especialista, do ponto de vista global, existem algumas ofertas vindas da China e Índia para competir e ocupar o lugar da Rússia nesse requisito, mas esses dois países já exportam muito de seus produtos para países mais próximos.
“Os europeus vão sofrer competição dos compradores usuais de produtos da Índia e da China. Então não vai ser uma tarefa tão fácil assim. Portanto, do ponto de vista de outros fornecedores que a Europa poderia eventualmente tentar achar para a importação do diesel, existem os Estados Unidos que era o segundo maior supridor de diesel antes dessas restrições“, explica Paiva.
“Então assim, é provável que vamos ver o fluxo de diesel dos EUA aumentando e isso é um problema para o Brasil, porque nós importamos cerca de 35% de nosso diesel nessa mesma região, onde os europeus vão começar a também colocar mais demanda. Então, assim, globalmente falando, um cenário de diesel sendo sustentado, me parece ainda bastante factível diante das expressões de oferta que estão observando”, avalia analista.