
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial, subiu 0,89% em agosto, sobre alta de 0,72% no mês anterior, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Essa foi a maior variação para um mês de agosto desde 2002, quando o índice foi de 1%. O índice acumula alta de 5,81% no ano e de 9,3% em 12 meses. Em agosto de 2020, a variação havia sido de 0,23%. Com isso, sobe a preocupação com o aumento da inflação no país.
A crise hídrica está causando escassez nos reservatórios e forçando a ativação de termelétricas no Brasil, que encarece o preço da conta de luz. Consequentemente, a inflação é pressionada com esse aumento.
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“Energia está junto com combustíveis e está por trás de tudo. Se esses dois preços sobem, ela acaba tendo um efeito indireto em quase toda a cadeia de produtos que envolvem o PIB brasileiro”, afirmou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, em entrevista à BM&C News.
A política monetário do Banco Central, que define a taxa básica de juros, a Selic, apresenta uma tendência de alta de juros. O próprio BC fez uma estimativa de 7,5% até o final do ano.
Cruz explicou as perspectivas sobre os juros. “Entendo que não porque já estamos chegando em setembro e boa parte do efeito dessa política monetária é mais para 2022”, disse, que destacou uma preocupação em relação à divulgação do IPCA. “Sobre o IPCA de hoje, teve um ponto que me preocupou um pouco, que ainda é o impacto da energia elétrica”.
Gustavo Cruz também lembrou que o aumento em R$ 3 na taxa da conta de luz já teve um impacto significativo, mas dobrar esse valor seria preocupante. Atualmente, a taxa está em R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, mas o governo estuda aumentar para algo entre R$ 15 a R$ 20.
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