
Os reguladores acreditam que trazer empresas terceirizadas de segurança da informação, apoiadas pelo estado, para gerenciar e monitorar os dados dos candidatos, faria a IPO efetivamente limitar sua capacidade de transferir dados chineses para o exterior, segundo a Reuters.
Isso ajudaria a diminuir as preocupações crescentes de Pequim de que uma listagem no exterior pudesse forçar essas empresas chinesas a entregar alguns de seus dados a entidades estrangeiras e minar a segurança nacional.
O plano é uma das várias propostas que estão sendo consideradas pelos reguladores chineses à medida que Pequim apertou seu controle sobre as plataformas de internet do país nos últimos meses, incluindo a busca por um exame mais detalhado das listagens no exterior.
A repressão, que esmagou as ações e afetou seriamente o sentimento do investidor, tem como alvo a concorrência desleal e o manuseio de um enorme cache de dados do consumidor por empresas de Internet, após anos de uma abordagem mais voltada ao liberalismo econômico.
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Uma decisão final sobre o plano de transferência de dados das empresas vinculadas ao IPO ainda não foi tomada.
Segundo algumas fontes ligadas ao processo, os funcionários reguladores discutiram o plano com os participantes do mercado de capitais, como parte do movimento para fortalecer a supervisão de todas as empresas chinesas listadas no exterior. Os conselheiros do IPO estão esperançosos de que uma estrutura formal sobre a questão da transferência de dados possa ser entregue em setembro. A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) e a Administração do Ciberespaço da China (CAC) não quiseram comentar o assunto.
Os reguladores chineses suspenderam recentemente os planos de listagem das empresas no exterior, principalmente nos Estados Unidos, enquanto se aguardam novas regras sobre segurança de dados.
Posicionamento dos EUA
No mês passado, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos propôs regras preliminares chamando empresas com mais de 1 milhão de usuários a passar por análises de segurança antes de listar no exterior.
Os legisladores dos EUA já estão preocupados que as empresas chinesas estejam desrespeitando as regras dos EUA exigindo que as empresas públicas revelassem uma série de riscos potenciais para seu desempenho financeiro, e o plano de transferência de dados de Pequim gerou novos apelos por cautela.
O representante dos Estados Unidos, Michael McCaul, principal republicano do comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, disse em um comunicado que “Esta é mais uma prova de que as empresas privadas não existem realmente na República Popular da China – todas estão sob o controle do Partido Comunista Chinês”.
Um total de 37 empresas chinesas arrecadou até agora US$ 12,6 bilhões por meio de IPOs nos EUA, de acordo com a Dealogic, quase o dobro dos US$ 6,6 bilhões levantados no mesmo período do ano passado.