O último pregão de 2025 na B3 é marcado por poucas notícias corporativas, com destaque para o anúncio de dividendos, bonificações e reorganizações de capital. Entre os principais movimentos do dia, a Moura Dubeux se sobressai ao anunciar uma distribuição expressiva de proventos, reforçando o protagonismo do setor imobiliário no fechamento do ano.
A Moura Dubeux (MDNE3) aprovou a distribuição de R$ 351,6 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 4,16 por ação. O pagamento será realizado em sete parcelas trimestrais, estratégia que permite à companhia conciliar retorno ao acionista com preservação de liquidez ao longo de 2026.
O anúncio ocorre em um contexto de juros elevados e maior seletividade do mercado em relação às empresas do setor de construção civil, tornando o volume de proventos ainda mais relevante do ponto de vista de sinalização financeira.
Na avaliação de Marco Saravalle, mestre em Finanças e estrategista-chefe da MSX, o pagamento reforça atributos importantes da companhia. “O dividendo é expressivo e sinaliza uma geração de caixa forte e previsível. O parcelamento preserva a liquidez operacional e reduz o risco financeiro, o que é especialmente relevante em um setor cíclico como o de construção”, afirma.
Segundo Saravalle, o anúncio também transmite confiança da administração no pipeline de projetos e na disciplina de alocação de capital da empresa, mesmo em um ambiente macroeconômico mais restritivo.
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A Blau Farmacêutica (BLAU3) aprovou um aumento de capital de R$ 400 milhões por meio de bonificação, com a emissão de 53,8 milhões de ações distribuídas gratuitamente aos acionistas, na proporção de três ações para cada dez.
De acordo com a análise da MSX, a operação não altera o valor econômico da companhia, mas tem efeito positivo sobre métricas contábeis e liquidez. “A capitalização de reservas fortalece o patrimônio líquido e melhora indicadores como o valor patrimonial por ação, sem impacto em caixa. Para o investidor de longo prazo, tende a facilitar negociações, embora não altere os fundamentos”, avalia Saravalle.
A Localiza (RENT3) também esteve no radar ao aprovar a criação de uma nova classe de ações preferenciais com direito a voto, a RENT4, além de bonificação de uma ação preferencial para cada 26 ações ordinárias. As novas ações terão dividendos equivalentes às ON e tag along de 100%.
Para Saravalle, o movimento representa uma engenharia societária sofisticada. “Ao conceder voto às preferenciais, a Localiza preserva governança e amplia flexibilidade estratégica futura. É uma operação neutra em valor, mas bem recebida do ponto de vista institucional”, destaca.
Já a Unifique (FIQE3) aprovou a distribuição de R$ 200 milhões em dividendos, a serem pagos entre 2026 e 2028, além de bonificação de ações. O modelo plurianual busca dar previsibilidade aos proventos e suavizar impactos no caixa.
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