O Mar Vermelho sempre chamou atenção, não só pelo nome diferente, mas por tudo o que carrega de história, geografia e simbolismo, conectando narrativas bíblicas, rotas comerciais antigas, lendas regionais e descobertas científicas em um mesmo cenário no Oriente Médio.
Por que o Mar Vermelho tem esse nome?
Muita gente imagina que o Mar Vermelho tem esse nome porque suas águas seriam avermelhadas o tempo todo, mas a realidade é bem diferente e bem mais histórica. Em textos antigos, ele era chamado de “Yam Suf”, em hebraico, expressão que significa Mar de Juncos, ligada à vegetação abundante nas áreas rasas da região.
O nome “vermelho” teria surgido com o tempo, por traduções e interpretações de diferentes idiomas, somadas à presença ocasional de algas que deixam tons levemente avermelhados. No dia a dia, porém, quem o visita encontra um mar de azul intenso, cercado por desertos e montanhas áridas, criando um forte contraste visual.
Onde fica o Mar Vermelho e qual é sua importância?
O Mar Vermelho está no extremo sul de Israel, na região da cidade de Eilat, e se conecta de perto com Jordânia, Egito e Arábia Saudita. Ao redor dele, a paisagem reúne montanhas, deserto e cidades costeiras que se tornaram polos turísticos, econômicos e militares de grande relevância.
Desde a Antiguidade, ele funciona como rota estratégica de comércio, ligando o Oriente Médio ao nordeste da África e a partes da Ásia, hoje integrado a rotas que se articulam, por exemplo, com o Canal de Suez. Essa posição o torna vital para o transporte de mercadorias, energia e para a navegação internacional moderna.
Qual a relação entre o Mar Vermelho, o rei Salomão e o comércio antigo?
O Mar Vermelho aparece em tradições ligadas ao rei Salomão como corredor de transporte de materiais valiosos, especialmente o cedro do Líbano. Essa madeira, extremamente durável, teria sido usada na construção do Templo de Jerusalém e do palácio de Salomão, reforçando a importância logística da região.
Perto dali está o Parque Nacional Timna, com antigas minas de cobre associadas a períodos muito remotos, possivelmente relacionados a redes comerciais salomônicas. Sarcófagos egípcios com cerca de 5 mil anos preservam peças de cedro, mostrando por que essa madeira era tão disputada em rotas que incluíam o Mar Vermelho.
Para aprofundar essas histórias e visualizar mapas, rotas e evidências arqueológicas ligadas ao Mar Vermelho, confira o vídeo da professora Karla Dasmasceno, que conta com mais de 10 mil visualizações e reúne contexto bíblico, explicações históricas e análises geográficas, conectando religião, ciência e comércio antigo de forma clara e envolvente:
O que representa a travessia de Moisés pelo Mar Vermelho?
Um dos relatos mais conhecidos ligados ao Mar Vermelho é a travessia descrita na Bíblia, durante o êxodo dos israelitas do Egito. Após as dez pragas, o Faraó permitiu a saída do povo, mas logo os perseguiu, deixando os fugitivos encurralados entre o mar e o exército egípcio.
Segundo o texto bíblico, Moisés ergueu o cajado e o mar se abriu, permitindo que o povo passasse “a pés enxutos”, enquanto as águas voltaram ao normal sobre os egípcios. Esse episódio se fortaleceu símbolo de libertação, recomeço e intervenção divina, debatido em contextos religiosos, históricos e até científicos.
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Curiosidades que ajudam a entender melhor o Mar Vermelho
Além das narrativas religiosas e da relevância geopolítica, o Mar Vermelho reúne curiosidades que conectam natureza, arqueologia e encontros culturais. Esses pontos ajudam a montar um quadro mais completo sobre o papel desse mar ao longo da história.
Alguns destaques mostram como um único lugar pode concentrar tantas camadas de significado:
- Mar de Juncos: o nome original “Yam Suf” remete à vegetação aquática, não à cor da água.
- Papiro em abundância: plantas como o papiro influenciaram o uso prático e simbólico da região.
- Minas antigas: Timna guarda vestígios de exploração de cobre ligada a redes comerciais milenares.
- Cruzamento de fronteiras: em poucos quilômetros, encontram-se idiomas, religiões e tradições diferentes.
Observado de perto, o Mar Vermelho funciona como uma linha do tempo ao ar livre, em que o antigo “Mar de Juncos”, as rotas de cedro, as minas de cobre e a travessia de Moisés revelam conexões profundas entre passado e presente, inspirando novas pesquisas e descobertas arqueológicas.

