O crescimento das transferências instantâneas transformou o Pix em um dos meios de pagamento mais utilizados no Brasil. Ao mesmo tempo, o chamado golpe do Pix se espalhou pelo país e passou a ser usado em situações do dia a dia, como pedidos de ajuda, compras online e supostos problemas bancários, tornando essencial entender como essas fraudes funcionam para quem movimenta dinheiro pelo celular.
O que é golpe do Pix e como funciona?
De forma simples, o golpe do Pix é uma fraude em que criminosos convencem a vítima a transferir recursos para uma chave controlada por eles. A abordagem pode ocorrer por aplicativos de mensagem, ligações, e-mails ou redes sociais, muitas vezes com uso de dados reais obtidos em vazamentos ou perfis públicos.
Esse tipo de crime costuma envolver manipulação psicológica, sensação de urgência e aparência de credibilidade, sem necessidade de invadir a conta bancária. Como o Pix é instantâneo e a transferência é voluntária, a reversão do dinheiro tende a ser difícil, o que explica a expansão desses golpes desde 2020.

Quais são os principais tipos de golpe do Pix hoje?
Existem diversas variações do golpe do Pix, quase sempre baseadas em situações comuns do dia a dia. Criminosos exploram pedidos de ajuda, pagamentos de compras e falsos atendimentos bancários para tornar o contato mais convincente e acelerar a decisão da vítima.
Entre os formatos mais frequentes em 2025, alguns se destacam por atingir tanto consumidores quanto pequenos comerciantes e profissionais autônomos:
- Pedido de ajuda urgente: golpistas se passam por conhecidos e relatam um problema financeiro imediato, pedindo Pix “para resolver na hora”.
- Pix enviado por engano: é feito um envio de valor baixo e, depois, o criminoso solicita reembolso para outra chave, tentando lucrar na diferença e em pedidos de estorno ao banco.
- Comprovante falso de pagamento: comum em vendas online, com prints ou arquivos simulados para induzir o envio de produtos antes da confirmação do crédito.
- Falso atendimento bancário: alguém se apresenta como funcionário e orienta transferências para “conta segura” ou Pix de teste, mencionando bloqueios ou fraudes.
- QR Code adulterado: códigos em anúncios, boletos, cartazes ou links são modificados para direcionar o valor à conta do golpista.
Por que o golpe do Pix é tão eficaz entre os usuários?
O golpe do Pix se beneficia da natureza do próprio sistema de pagamento: rápido, simples e disponível 24 horas por dia. Essa agilidade reduz o tempo de reflexão antes da confirmação, principalmente em momentos de cansaço, pressa ou distração do usuário.
A engenharia social também é decisiva, explorando emoções como medo, preocupação e senso de responsabilidade. Com dados pessoais, fotos e informações profissionais, os criminosos criam mensagens mais realistas e persuasivas, o que aumenta a chance de a vítima seguir as instruções sem checar detalhes.

Como se proteger de golpe do Pix no dia a dia?
Reduzir o risco de cair em golpe do Pix exige hábitos de checagem antes de cada transferência. O ideal é nunca concluir pagamentos com base apenas em mensagens, áudios ou imagens de comprovantes, por mais urgentes ou convincentes que pareçam.
Algumas práticas simples fortalecem a segurança nas transações e ajudam a identificar situações suspeitas com mais rapidez:
- Conferir os dados na tela: antes de confirmar, verifique nome completo e parte do CPF ou CNPJ exibidos pelo banco.
- Desconfiar de pedidos urgentes: em pedidos de dinheiro por mensagem, confirme por outro canal, como ligação ou chamada de vídeo.
- Evitar seguir instruções de supostos atendentes: bancos não orientam transferências para contas de terceiros como medida de segurança.
- Checar o saldo em vendas: só entregue produtos ou serviços após ver o valor creditado na conta.
- Configurar limites de Pix: ajuste limites diários e noturnos para reduzir o impacto em caso de fraude.
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O que fazer após cair em golpe do Pix e quais são os direitos?
Quando a transferência já foi feita, o primeiro passo é agir rápido com o banco, relatando o golpe do Pix e pedindo o uso do Mecanismo Especial de Devolução (MED), que permite o bloqueio cautelar de valores em casos de suspeita de fraude. A devolução depende de saldo na conta recebedora e da confirmação de fraude pelas instituições.
Também é fundamental registrar boletim de ocorrência, reunindo prints de conversas, números de telefone, chaves Pix e comprovantes de pagamento. Embora não haja garantia de reembolso integral, essas medidas ajudam na investigação e na análise de responsabilidade, reforçando a importância da prevenção como principal forma de proteção.

