O Brasil deixou de figurar entre as dez maiores economias do mundo em 2025. Segundo levantamento da Austin Rating, baseado nos dados mais recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI), o país caiu para a 11ª posição no ranking do PIB medido em dólares. O principal destaque foi o avanço mais rápido da Rússia, que assumiu a 9ª colocação após uma combinação de câmbio forte, juros elevados e melhora na percepção de risco internacional.
A atualização do World Economic Outlook de outubro mostra que, apesar da valorização do real e de projeções mais favoráveis para o crescimento brasileiro, o salto russo no ranking acabou superando o desempenho doméstico. A Itália também permanece à frente, ocupando a 8ª posição, enquanto o Canadá aparece logo acima do Brasil, em 10º.
Veja o ranking global de PIB
| Posição | País | PIB 2025 (US$ tri) | Participação no PIB Global |
|---|---|---|---|
| 1º | Estados Unidos | 30,6 | 26,1% |
| 2º | China | 19,4 | 16,6% |
| 3º | Alemanha | 5,0 | 4,3% |
| 4º | Japão | 4,28 | 3,7% |
| 5º | Índia | 4,12 | 3,5% |
| 6º | Reino Unido | 3,95 | 3,4% |
| 7º | França | 3,36 | 2,9% |
| 8º | Itália | 2,54 | 2,2% |
| 9º | Rússia | 2,54 | 2,2% |
| 10º | Canadá | 2,28 | 1,9% |
| 11º | Brasil | 2,25 | 1,9% |
Por que a Rússia subiu tanto no ranking?
De acordo com a Austin Rating, a Rússia registrou uma valorização superior a 39% do rublo em 2025, reflexo de medidas como controle de capitais após as sanções de 2022, juros que chegaram ao recorde de 21% em junho e aumento do fluxo de investidores diante da perspectiva de resolução do conflito com a Ucrânia.
Além disso, o enfraquecimento global do dólar, impulsionado pelo ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos, contribuiu para o ganho relativo da economia russa no ranking.
PIB do Brasil cresce, mas abaixo dos pares emergentes
Na comparação de crescimento real do PIB no terceiro trimestre de 2025, o Brasil aparece na 34ª posição entre os países avaliados. O avanço foi de 1,8% em relação ao 3º trimestre de 2024 e de 0,1% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Na taxa anualizada e dessazonalizada, o crescimento foi de 0,4%.
Israel, Malásia, Cingapura e Dinamarca lideraram o ranking trimestral, enquanto o grupo dos BRICS apresentou média de crescimento superior à global: 3,9%, ante 3,1% da média mundial.
Disputa acirrada para 2026
As projeções atualizadas do FMI indicam que o Brasil deve permanecer como a 11ª maior economia em 2026, ainda atrás do Canadá e da Rússia. A diferença entre Rússia e Itália, hoje muito pequena, sugere que o país pode subir ainda mais no ranking caso o ritmo de apreciação cambial e recuperação econômica se mantenha.
Apesar da queda no ranking, o relatório destaca que não houve deterioração da economia brasileira. Pelo contrário, houve melhora das expectativas de crescimento e valorização do real. O movimento reflete, essencialmente, fatores externos que alteraram a hierarquia global do PIB medido em dólares.
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