No programa da BM&C News, o economista Fabrizio Velloni, da Frente Corretora, criticou a condução das contas públicas pelo governo e afirmou que operações contra o crime organizado têm sido usadas como narrativa para justificar o não cumprimento da meta fiscal.
Segundo ele, o descontrole das finanças é um problema estrutural que demanda tratamento técnico, e não um instrumento político. Ele destaca que o governo ficou “politicamente amarrado“.
“Agora, está tentando caçar moedas após a resistência do próprio partido a cortes de gastos“, observa Velloni. Para ele, o crime é uma constante na sociedade e a reação do governo é vista como uma manobra para desviar a atenção dos problemas estruturais das finanças.
De acordo com o especialista, a ideia de que o crime impacta diretamente o arcabouço fiscal é questionável. “O crime sempre existiu e a ênfase atual serve mais como palanque político do que como solução eficaz para os problemas fiscais do país“, diz Velloni.
Qual é a verdadeira solução para o descontrole fiscal?
A reflexão sobre o descontrole fiscal traz à tona a necessidade urgente de um plano mais robusto e realista. “Os cortes de gastos são impopulares, e isso gera resistência no legislativo“, destaca Velloni. Assim, a implementação de um planejamento fiscal que considere a realidade política é essencial para evitar a ineficácia das ações governamentais.
“É importante que o governo reavalie suas prioridades e promova medidas que realmente tenham impacto“, argumenta. Este plano implica olhar para a estrutura das contas públicas e não utilizar a questão do crime como desculpa para a falta de ação.
Como a conjuntura atual impacta os investimentos?
No que tange ao mercado financeiro, a estabilidade fiscal é um pré-requisito para atrair investimentos. Incertezas sobre a capacidade governamental de implementar um arcabouço fiscal viável tornam o ambiente econômico mais volátil e arriscado. Fabrizio alerta que investidores estão cautelosos diante das oscilações políticas e fiscais.
“Os investidores esperam um cenário claro e seguro, e a ausência disso gera uma fuga de capital“. A instabilidade pode levar a um aumento das taxas de juros, o que afeta diretamente o custo do crédito e inibe o crescimento econômico.
O futuro fiscal
Para o futuro é crucial discutir se o atual governo está preparado para um austeridade real, em vez de operar sob a máscara de um problema externo. “Estamos em uma luta constante entre a necessidade de cortes e a pressão política“, afirma Velloni. Esta situação não é nova, mas a urgência é maior do que nunca.
Os mecanismos de ajuste fiscal tradicionais podem não ser suficientes. Portanto, é necessário um enfoque mais agressivo e responsável em relação à gestão das contas públicas.














