No cenário econômico atual do Brasil, as incertezas políticas têm se tornado fatores preponderantes nas decisões econômicas. Carlos Honorato, professor da FIA Business School, destaca que a chamada “pauta bomba” atua como um mecanismo de retaliação ao governo, transferindo a responsabilidade fiscal unicamente para o Executivo. Essa dinâmica cria um ambiente desafiador para o governo de Lula, especialmente em um período eleitoral em que o Congresso tende a aumentar gastos e dificultar a governabilidade. Nesta terça-feira (25), o Senado aprovou a chamada “pauta bomba”. Leia mais clicando aqui
Honorato informa que “o Congresso, já em clima eleitoral, amplia gastos e cria obstáculos à governabilidade de Lula“. Essa situação gera um ciclo de instabilidade, que é intensificado por questões políticas como a indicação para o STF e os desdobramentos da prisão de Bolsonaro. Com esse cenário, surge a pergunta crucial: o Brasil suporta uma nova expansão de despesas?
Qual o risco da dominância fiscal?
Honorato alerta para o risco da dominância fiscal, um conceito que se verifica quando a dívida pública cresce a um ritmo mais rápido que a economia, tornando insustentável o crescimento fiscal. Com o PIB próximo ao seu limite de crescimento e os juros ainda considerados proibitivos para investimentos, essa situação leva a um impasse preocupante.
O especialista ressalta que, embora possa haver uma aceleração dos gastos, essa estratégia pode voltar a nos levar a um cenário semelhante ao de 2014, onde o crescimento aparente foi sustentado apenas por “vapor“.
O arcabouço fiscal é realmente sólido?
O entrevistado se mostra cético em relação ao arcabouço fiscal desenvolvido para estabilizar as contas públicas. Para ele, esse sistema “nasceu morto“, o que implica não apenas desafios imediatos, mas também uma ampliação do custo futuro.
Em sua análise, a morosidade na implementação de ajustes fiscais comprometem a saúde financeira do país a longo prazo. Diante desse contexto, é imperativo que o governo desenvolva estratégias mais ágeis e eficazes.
Investimentos em um cenário de instabilidade: como proceder?
Com o ambiente econômico apontando para tensões crescentes, investidores precisam reavaliar suas estratégias. Honorato argumenta que a sustentabilidade das ações depende fortemente do entendimento da política fiscal e suas repercussões. Assim, decisões de investimento devem levar em conta a estabilidade política e a capacidade do governo de manobrar em meio a essas adversidades.
Por exemplo, num momento pós-pandemia, onde a recuperação econômica é uma prioridade, as intervenções do Congresso e as decisões do Executivo impactam diretamente o mercado financeiro. Portanto, é essencial que os investidores estejam atentos às sinalizações do governo sobre fiscalidade e crescimento econômico.
Qual o cenário macroeconômico futuro?
A análise realizada por Carlos Honorato sugere que um ajuste efetivo na política fiscal é necessário para evitar a repetição da crise financeira de anos anteriores. Nesse contexto, a expectativa é de que o governo devem agir rapidamente para reverter a tendência de um crescimento prejudicado pela instabilidade política. O descompasso entre crescimento e responsabilidade fiscal tem impactos diretos nas taxas de juros e na %”fiscalização efetiva” das finanças públicas.
Assim, enquanto o país enfrenta desafios significativos, é indispensável uma coordenação fiscal robusta que equilibre crescimento econômico e controle das despesas.















