O hábito de estalar o pescoço ou as costas ao se levantar vai além de um simples alívio físico. A psicologia explica que esse comportamento está profundamente ligado à necessidade de liberar a tensão percebida e à satisfação gerada pela associação entre o som e a sensação de relaxamento.
O som do estalo cria uma poderosa associação mental
O som de “clique” ou “pop” que ouvimos ao estalar uma articulação é causado pela liberação de bolhas de gás no fluido sinovial que lubrifica as juntas. Embora o mecanismo seja físico, a psicologia por trás do hábito está na poderosa associação que nosso cérebro cria: som do estalo é igual a alívio da tensão, veja abaixo o vídeo do perfis Clínica Totum Osteopatia e Saúde (@clinicatotum_) e Eduardo Biondi (@eduardobiondi_osteopata):
Essa conexão funciona como um placebo. Mesmo que o alívio físico seja mínimo, o som confirma para o cérebro que uma ação de “liberação” foi concluída com sucesso. Esse reforço auditivo é o que torna o ato tão satisfatório e nos leva a repeti-lo.
Como o estresse e a ansiedade influenciam esse hábito?
Em momentos de estresse e ansiedade, muitas pessoas desenvolvem comportamentos repetitivos e de autoestimulação, conhecidos como “stimming”. Estalar as articulações pode ser uma forma de canalizar a tensão nervosa, funcionando como uma válvula de escape física para um desconforto mental.
O ato oferece uma distração momentânea e uma sensação de controle sobre o próprio corpo quando as circunstâncias externas parecem incontroláveis. Para muitas pessoas, o hábito se intensifica em períodos de maior pressão. Esse comportamento pode:
- Servir como uma válvula de escape para a energia nervosa acumulada.
- Oferecer um feedback sensorial imediato, o que pode ser reconfortante.
- Tornar-se um ritual inconsciente para lidar com o desconforto.
- Proporcionar uma sensação de “reset” físico e mental.
A sensação de “colocar as coisas no lugar”
A necessidade de estalar as costas ou o pescoço muitas vezes surge após longos períodos em uma mesma posição, como ao trabalhar sentado ou ao acordar. Isso gera uma sensação de rigidez ou de que algo está “fora do lugar”. O ato de estalar cria uma forte sensação proprioceptiva de movimento e realinhamento.
Essa percepção de “restaurar a ordem” no corpo é psicologicamente gratificante. O cérebro interpreta o movimento e o som como um sinal de que a articulação está novamente livre e funcional, o que gera uma sensação imediata de bem-estar e mobilidade restaurada.
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Esse hábito pode se tornar um vício?

Sim, o hábito de estalar as articulações pode se tornar um ciclo de comportamento compulsivo. A sensação de alívio funciona como uma recompensa que reforça o hábito. Com o tempo, o cérebro pode começar a associar qualquer sensação de rigidez com a necessidade de estalar para se sentir bem.
Embora estalar as costas ou os dedos seja geralmente inofensivo, especialistas da Associação Americana de Quiropraxia alertam que estalar o pescoço de forma frequente e forçada pode ser arriscado. Se o hábito for compulsivo ou acompanhado de dor, é sempre recomendável procurar um profissional de saúde.
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