O ano-bissexto é um ajuste necessário porque o tempo que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol não é de exatos 365 dias. Sem a adição de um dia extra a cada quatro anos, nosso calendário ficaria dessincronizado com as estações do ano.
A matemática simples por trás do ano solar
A necessidade do ano-bissexto surge de uma pequena, mas crucial, diferença matemática. O ano solar, ou ano trópico, que é o tempo real da translação da Terra, dura aproximadamente 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 46 segundos. Ou seja, quase seis horas a mais que o nosso calendário civil de 365 dias, veja abaixo o vídeo do canal Manual do Mundo:
Essas quase seis horas extras por ano podem não parecer muito, mas, se ignoradas, elas se acumulam. A cada quatro anos, essa diferença soma cerca de 24 horas, ou seja, um dia inteiro. O ano-bissexto foi a solução criada para corrigir essa defasagem e realinhar nosso calendário com o cosmos.
O que aconteceria se não existisse o ano bissexto?
Se o ano-bissexto não existisse, as consequências seriam lentas, mas drásticas a longo prazo. A cada quatro anos, nosso calendário se adiantaria um dia em relação às estações do ano, causando uma bagunça completa na agricultura, nas festividades e na própria noção de tempo.
A ausência desse ajuste faria com que as estações “caminhassem” pelo calendário. As mudanças seriam perceptíveis ao longo de uma vida.
- Em cerca de 100 anos, o início do verão no hemisfério norte estaria acontecendo quase um mês depois no calendário.
- Em aproximadamente 750 anos, o Natal, celebrado em 25 de dezembro, ocorreria no meio do verão no hemisfério norte.
- As estações do ano perderiam completamente a correspondência com os meses que conhecemos hoje.
- Festivais que dependem do equinócio ou solstício, como a Páscoa, ficariam sem uma data de referência estável.
A regra do papa Gregório XIII para ajustar o ajuste
O sistema de adicionar um dia a cada quatro anos, instituído por Júlio César, era bom, mas não perfeito. Ele arredondava as 5 horas e 48 minutos para 6 horas, o que criava uma pequena diferença de 11 minutos por ano. No século XVI, essa diferença já somava 10 dias de atraso. Foi então que o Papa Gregório XIII introduziu uma nova regra.
Para criar um sistema mais preciso, a reforma gregoriana estabeleceu uma regra de exceção para os anos bissextos. Essa correção mais fina é a que usamos até hoje e garante que nosso calendário permaneça sincronizado por milênios.
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Existem outras correções além do ano bissexto?

Sim, para uma precisão ainda maior, cientistas utilizam os “segundos bissextos” (ou segundos intercalares). Essa é uma correção muito mais fina, que lida com a irregularidade na velocidade de rotação da Terra, que pode ser afetada por terremotos e movimentos no núcleo do planeta.
Esses segundos são adicionados ao Tempo Universal Coordenado (UTC) de forma esporádica, quando a diferença entre o tempo atômico e o tempo solar se aproxima de 0,9 segundo. No entanto, sua imprevisibilidade causa problemas em sistemas de computação.
- O segundo bissexto é geralmente adicionado no dia 30 de junho ou 31 de dezembro.
- A última adição ocorreu em 2016.
- Cientistas estão debatendo o fim do segundo bissexto devido à sua complexidade.
- A decisão de adicionar um segundo é tomada pelo Serviço Internacional de Rotação da Terra e Sistemas de Referência (IERS).
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