O Brasil enfrenta um rombo fiscal alarmante, previsto para alcançar R$ 46 bilhões em 2026. Em entrevista à BM&C News, o economista VanDyck Silveira destaca que esse cenário exige uma análise profunda das estruturas fiscais e das políticas administrativas atuais. Ele alerta que soluções temporárias, como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ou a taxação de apostas, podem gerar receita extra, mas não atacam o problema estrutural que afeta as contas públicas.
Quais são as soluções para equilibrar a economia?
VanDyck Silveira propõe que existem apenas três caminhos para reequilibrar as finanças do país: corte de gastos, aumento de impostos ou geração de inflação. Ele enfatiza que, por mais que medidas de curto prazo possam oferecer alívio, uma reforma profunda do Estado e uma reestruturação administrativa são essenciais para que o Brasil consiga assegurar um equilíbrio fiscal sustentável.
O desafio da carga tributária
Atualmente, apenas 10 milhões de brasileiros pagam impostos de forma efetiva, o que revela uma carga tributária extremamente desigual. VanDyck ressalta que essa situação não apenas afeta a arrecadação, mas também gera uma sobrecarga fiscal sobre as empresas, tornando o ambiente de negócios cada vez mais desafiador. “A sobrecarga fiscal sobre empresas e o descontrole nos gastos sociais tornam insustentável o equilíbrio fiscal do país“, afirma o economista.
Como a reforma administrativa pode ajudar?
Uma reforma administrativa abrangente é vista como uma das principais saídas para os problemas fiscais. Isso inclui a reavaliação das despesas públicas e a busca por eficiência nos serviços prestados pelo Estado. VanDyck sugere que, ao otimizar os recursos, o governo poderia reduzir a necessidade de aumentar impostos ou recorrer à inflação para equilibrar as contas.
O impacto das políticas fiscais no mercado financeiro
As incertezas relacionadas à política fiscal têm um impacto significativo no mercado financeiro. Investidores estão cada vez mais cautelosos diante de um cenário econômico instável e da possibilidade de novas medidas que possam afetar a rentabilidade de seus investimentos. Portanto, a necessidade de um plano claro e efetivo para a recuperação fiscal é fundamental para restaurar a confiança no mercado.
Qual o papel da inflação na equação fiscal?
A geração de inflação é uma opção que, embora possa oferecer alívio a curto prazo, traz consigo riscos significativos. VanDyck menciona que, ao optar por aumentar a inflação para equilibrar as contas, o governo pode comprometer a estabilidade econômica a longo prazo, afetando a capacidade de investimento e o consumo das famílias.
Em resumo, o Brasil enfrenta um desafio fiscal que exige uma abordagem multifacetada e bem planejada. As soluções temporárias não são suficientes, e uma reforma estrutural é essencial para garantir um futuro econômico mais estável e sustentável.
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