A Reag Capital Holding S.A. comunicou que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o pedido de cancelamento do registro de emissor na categoria “B”, concluindo o processo que converte a companhia em empresa de capital fechado. A decisão, segundo a companhia, observou as exigências legais e regulamentares aplicáveis e não altera a composição acionária da holding. Além disso, a administração afirma que o movimento está alinhado a uma agenda de simplificação societária e foco em negócios nos quais a empresa mantém diferencial competitivo.
O cancelamento ocorre em um contexto de reorganização do grupo após a venda da Reag Investimentos para a Arandu e do acordo iniciado para alienação da Companhia Brasileira de Serviços Financeiros (Ciabrasf) – responsável por cerca de 700 fundos sob administração — à Planner. Nesse sentido, a holding avaliou que a manutenção do registro como companhia aberta havia perdido racionalidade econômica à luz do novo perímetro de negócios e de prioridades estratégicas.
Por que a Reag decidiu encerrar o registro como emissor?
A justificativa central é a readequação do escopo operacional da holding. Com a saída de ativos relevantes da base consolidada, a Reag sustenta que o custo regulatório e o conjunto de obrigações informacionais de uma companhia aberta deixaram de se justificar. Além disso, a migração para o regime de sociedade fechada tende a simplificar fluxos decisórios e a reduzir fricções administrativas típicas do mercado de capitais, sem, contudo, modificar a estrutura de controle.
Por outro lado, a empresa reforça que o cancelamento do registro não implica descontinuidade de obrigações com credores, clientes e parceiros, tampouco altera o compromisso com práticas de governança adequadas ao seu porte e à natureza das atividades remanescentes. Enquanto isso, a conclusão das transações em curso, especialmente a alienação da Ciabrasf, permanece como elemento-chave para consolidar a reorganização anunciada.
Contexto recente da Reag
O redesenho do grupo ocorre em paralelo a eventos relevantes associados à antiga controlada. A Reag Investimentos, que possui ações negociadas na B3 e foi alienada para a Arandu, foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Carbono Oculto, investigação que mira ilícitos relacionados ao setor de combustíveis. Além disso, o acordo iniciado para a venda da Ciabrasf à Planner, envolvendo um universo de aproximadamente 700 fundos sob administração, reforça o movimento de desinvestimento e foco seletivo da holding.
Embora tais fatos componham o pano de fundo do anúncio, a companhia enfatiza que o cancelamento do registro seguiu rito voluntário previsto na regulação e foi deferido pela CVM após o atendimento às condições legais cabíveis. Enquanto isso, a implementação integral da estratégia dependerá da conclusão das operações vinculadas, das aprovações contratuais pertinentes e da adequada transição de serviços e responsabilidades.
Principais marcos e referências
Para organizar os elementos essenciais divulgados até aqui, seguem os pontos de referência do processo:
- Data do deferimento: 7 de outubro de 2025.
- Escopo: cancelamento do registro de emissor na categoria “B”.
- Condição societária: passagem para companhia de capital fechado, sem alteração da composição acionária.
- Operações relacionadas: venda da Reag Investimentos para a Arandu; acordo iniciado para venda da Ciabrasf (≈700 fundos) à Planner.
- Motivação: simplificação societária e foco em negócios com diferencial competitivo, no contexto da Operação Carbono Oculto.
Quais os próximos passos esperados?
Além da formalização do novo status societário, a expectativa é de continuidade na execução das transações anunciadas e de estabilização do perímetro operacional da holding. Nesse sentido, a empresa deve ajustar seus processos internos ao regime de companhia fechada e, além disso, preservar a interlocução com stakeholders estratégicos como credores, clientes institucionais e reguladores setoriais, para assegurar previsibilidade nas rotinas contratuais.
Por outro lado, eventuais efeitos reputacionais ou de governança decorrentes do novo arranjo dependerão, em grande medida, do cumprimento dos compromissos assumidos nas alienações e da robustez dos controles internos mantidos pela companhia. Enquanto isso, o mercado acompanhará a evolução das frentes de desinvestimento e a materialização do foco estratégico indicado pela administração.