Estabilidade após acidente de trabalho é a garantia de manutenção do emprego por período determinado, assegurada por lei quando há afastamento por incapacidade decorrente de acidente ou doença ocupacional. O prazo legal começa após a alta do benefício acidentário e protege contra dispensa imotivada. Neste guia, veja quanto tempo vale, quando se aplica e como contar o período.
- Estabilidade tem duração de 12 meses a partir da cessação do benefício acidentário.
- É necessário afastamento superior a 15 dias com concessão do benefício por incapacidade de natureza acidentária.
- Dispensa sem justa causa nesse período pode ser inválida, salvo exceções legais.
Quanto tempo vale a estabilidade após acidente de trabalho?
O prazo é de 12 meses após a cessação do benefício por incapacidade temporária de natureza acidentária (antigo auxílio-doença acidentário). A regra está no art. 118 da Lei n.º 8.213/1991, que garante a manutenção do contrato de trabalho nesse intervalo. Segundo a Lei n.º 8.213/1991 publicada no Portal do Planalto, a estabilidade é mínima de doze meses após a alta do benefício acidentário.

Quais condições geram o direito à estabilidade?
É preciso haver reconhecimento do caráter acidentário do afastamento, com concessão do benefício previdenciário específico após os primeiros 15 dias. Em geral, isso ocorre quando há CAT e perícia do INSS confirmando o nexo entre o trabalho e a lesão/doença.
Sem benefício acidentário (quando o afastamento é classificado como comum), a estabilidade legal de 12 meses não se aplica. Normas coletivas podem prever proteções adicionais, mas variam por categoria. Conforme orientações oficiais do INSS, a natureza acidentária do afastamento define direitos específicos, inclusive estabilidade e efeitos no FGTS.
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Como contar o prazo e o que acontece em casos especiais?
O marco inicial é o dia seguinte ao término do benefício acidentário, ou seja, após a alta e retorno ao trabalho. O período de 12 meses é contínuo.
Se houver novo afastamento acidentário durante a estabilidade, o prazo pode ser impactado conforme o caso: em regra, a contagem é interrompida enquanto durar o novo afastamento acidentário e volta a correr após a nova alta.
- Afaste-se pelo INSS quando indicado e guarde laudos e comunicações.
- Confirme, no aplicativo do INSS, a espécie do benefício (acidentária).
- Registre formalmente dúvidas sobre datas para evitar controvérsias.
É possível demissão durante a estabilidade?
A dispensa sem justa causa durante a estabilidade tende a ser inválida. Há hipóteses legais específicas (como justa causa devidamente caracterizada) que podem permitir o desligamento, mas devem ser comprovadas e respeitar o devido processo.
Se ocorrer dispensa indevida, usualmente busca-se a reintegração ao emprego ou a indenização correspondente ao período estabilitário restante, além de verbas correlatas. Oriente-se por canais oficiais e documentação completa para resguardar direitos.
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Planejar o retorno com segurança preserva a estabilidade
Organizar documentos (CAT, laudos, perícias e comprovantes do benefício) e alinhar a readaptação de tarefas quando necessário ajudam a manter o vínculo protegido. Em caso de dúvida, consulte os canais oficiais e verifique a espécie do benefício no extrato do INSS para confirmar a estabilidade de 12 meses.
- Confirme a espécie do benefício como acidentária e anote a data da alta para contar os 12 meses.
- Formalize comunicações com a empresa sobre retorno e eventuais restrições.
- Guarde todos os comprovantes; eles sustentam pedidos de reintegração ou indenização, se preciso.