A Toyota enfrenta uma situação difícil no Brasil com a paralisação total de suas fábricas, causada pela devastação da unidade em Porto Feliz (SP) devido a um forte temporal. A reconstrução e retomada das atividades enfrentam atrasos significativos, com a previsão de retorno das operações apenas em 2026. Enquanto isso, as fábricas em Sorocaba e Indaiatuba, também localizadas no estado de São Paulo, permanecem inativas. Como estratégia emergencial, a Toyota planeja importar motores das fábricas no Japão e na Indonésia para suprir a demanda brasileira.
A suspensão prolongada da produção afeta diretamente os modelos Corolla e Yaris, que utilizam motores essenciais fabricados em Porto Feliz. O motor 1.5, usado especificamente no Yaris e na nova linha Yaris Cross, terá menos complicações no processo de importação, já que a versão flex é produzida na Indonésia. Por outro lado, o motor 2.0 terá que passar por adaptações para se adequar ao mercado brasileiro, devido à sua característica bicombustível.
Quais são as alternativas da Toyota para contornar a paralisação?
A principal estratégia é a importação de motores das unidades da Toyota no Japão e na Indonésia. Estas fábricas fornecerão, respectivamente, os motores 1.5 e 2.0, mas ambos passarão por um processo de conversão para atender as especificações brasileiras. Este procedimento tem previsão para iniciar somente em janeiro de 2026, o que contribui para a prolongação da suspensão das atividades no Brasil até o final de 2025.
A situação se agrava pelo esgotamento dos estoques nas concessionárias, especialmente para modelos como o Corolla e o Corolla Cross. Sem reposição, algumas lojas estão suspendendo temporariamente as vendas. A falta de motores é o principal entrave, pois são fabricados em Porto Feliz e abastecem as duas maiores plantas de veículos da Toyota no país.
Como a Toyota está lidando com os trabalhadores durante o período de paralisação?
Durante a paralisação, a Toyota implementou um acordo de layoff, permitindo suspender temporariamente os contratos de trabalho dos funcionários sem demissões definitivas. Este método foi aprovado em assembleias sindicais e oferece férias emergenciais inicialmente, seguidas por permissão de layoff estendível mensalmente até 150 dias. Essa medida se aplica às três fábricas brasileiras, proporcionando uma pausa momentânea para reorganizar e preparar a retomada quando possível.
Além disso, a introdução do Yaris Cross, anteriormente planejada, foi adiada devido aos mesmos problemas, demonstrando como a interrupção da produção impacta nos lançamentos futuros da Toyota no Brasil. A Toyota busca reestabelecer suas operações e reentrar no mercado com força total após a reconstrução e adaptação dos sistemas às novas condições de produção impostas pela crise atual.
Quais impactos futuros a Toyota espera enfrentar após a retomada?

Com a retomada das atividades prevista somente em 2026, a Toyota planeja não apenas restaurar sua capacidade produtiva, mas também otimizar a fabricação interna para evitar futuras vulnerabilidades. A transição para introduzir uma linha de produção resistente a eventos climáticos extremos está entre os planos futuros. Além disso, espera-se que o retorno à produção traga enfrentamentos financeiros, devido à interrupção prolongada e à necessidade de investimentos em novos sistemas de produção e logística.
A situação atual serve de lição para fortalecer a resiliência em operações de produção, não apenas no Brasil, mas globalmente, visando garantir que interrupções similares não impactem de forma tão significativa as operações e a presença da marca nos mercados internacionais. Da mesma forma, a marca poderá explorar novas tecnologias e parcerias para aumentar a flexibilidade e a inovação em suas ofertas futuras.