A regularização das contribuições previdenciárias atrasadas é uma preocupação comum entre trabalhadores autônomos e segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Muitos, devido a dificuldades financeiras, acabam interrompendo suas contribuições, colocando em risco a contagem de tempo necessário para aposentadoria. Este texto aborda como regularizar estas contribuições, destacando os principais passos a serem seguidos por aqueles que trabalham por conta própria e enfrentam esta situação.
Para os segurados facultativos, que são aqueles que contribuem de forma não obrigatória, é crucial que a guia de recolhimento atrasada não ultrapasse seis meses. Caso contrário, deve-se comprovar atividade remunerada para poder aviar as contribuições. Portanto, a regularização somente é viável quando se demonstra ter atuado como contribuinte individual, de modo que essa comprovação pode ser feita em qualquer momento através de documentos que evidenciem o exercício da atividade.
Como pagar o INSS em atraso?
O processo para acertar as contribuições atrasadas ao INSS começa pelo acesso ao Sistema de Acréscimos Legais (SAL) da Receita Federal, o qual calcula os encargos sobre os valores devidos. Este sistema pode ser acessado diretamente via internet, através do site oficial da Receita, ou pelos serviços digitais do Meu INSS. Essa etapa é fundamental para que o contribuinte saiba exatamente quanto deve pagar, incluindo juros e multas.
Qual a situação do “período decadente”?
Com relação às contribuições que estão atrasadas há mais de cinco anos, é preciso compreender o conceito do “período decadente”. No ano de 2025, os períodos anteriores a dezembro de 2019 são considerados decadentes por não poderem mais ser regularizados automaticamente. Para conseguir pagar esses atrasos, o interessado precisa comprovar que estava trabalhando nesse intervalo de tempo. Assim, é necessário solicitar ao INSS o reconhecimento dessa atividade, fornecendo documentos comprobatórios antes de efetuar o pagamento das guias.
Que documentos são necessários para regularização?

A regularização envolve a procura por uma agência da Previdência Social, com agendamento prévio, ou o uso do site ou aplicativo do Meu INSS, para a solicitação de atualização do tempo de contribuição. Contratos, recibos e declarações de Imposto de Renda são exemplos de documentos que o contribuinte pode utilizar para provar a atividade laboral durante o período desejado. Estar com a documentação correta é crucial, pois o pagamento incorreto ou sem a devida comprovação pode resultar na não validação do tempo de contribuição pelo INSS.
Como a qualidade de segurado pode ser afetada?
É importante notar que mesmo a regularização de períodos antigos não garante o restabelecimento automático de todos os direitos junto ao INSS. Após um longo período sem contribuições, a pessoa perde a chamada “qualidade de segurado”. Isso significa que, além de voltar a pagar as contribuições, pode ser necessário cumprir um novo período de carência para reaver determinados benefícios, como aposentadoria por invalidez, auxílio-doença ou auxílio-reclusão. Para esses casos, é exigido o recolhimento de a partir de seis ou até 12 meses para que os benefícios possam ser novamente acessados.