A Taurus anunciou medidas emergenciais para enfrentar a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros do setor de armas. Entre as principais iniciativas estão a transferência da linha de montagem da família G para solo americano e o ajuste de preços de transferência, de forma a reduzir o impacto sobre a margem e manter a competitividade no maior mercado do mundo para armas leves.
O CEO global Salésio Nuhs destaca que não há condições de absorver integralmente esse custo em um segmento altamente competitivo: “50% é quase um embargo”. Para minimizar os efeitos, a empresa também antecipou exportações, montou um estoque estratégico e repassou parcialmente os aumentos de custo ao consumidor. “Nos Estados Unidos a gente repassou 7% a partir de julho, 3% a gente absorve”, explica o CFO Sergio Sgrillo.
As medidas foram detalhadas pelos executivos durante participação no BM&C Business. Na entrevista, Nuhs reforçou que a montagem local permitirá que a tarifa incida apenas sobre peças enviadas, e não sobre o produto completo. “A gente já começa a montar armas agora em setembro nos Estados Unidos”, disse. Segundo ele, essa mudança reduz a base de incidência da taxa e garante mais fôlego para preservar resultados.
A companhia também atua em frentes institucionais. Nos EUA, contratou o Ballard Group, grupo de lobby que já trabalha para empresas brasileiras como a Embraer, em busca de exceções à tarifa. No Brasil, recebeu apoio do governo do Rio Grande do Sul, que liberou créditos de ICMS para aliviar o caixa. Ainda assim, a Taurus já adotou férias coletivas em uma subsidiária. “A gente deu férias coletivas para aproximadamente 40 funcionários”, revelou Sgrillo.
Mesmo com os impactos, a empresa reafirma que seguirá lucrativa. “A nossa expectativa é mesmo com essa questão tarifária a gente continuar uma empresa lucrativa”, afirmou o CFO. Para Nuhs, a rapidez na tomada de decisões foi decisiva: “A companhia está na mão”.
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