O Tribunal Superior do Trabalho (TST), sediado em Brasília, investiu recentemente em uma frota de veículos novos, decidindo adquirir sedãs híbridos de luxo para substituir parte dos automóveis utilizados por seus ministros. No total, foram comprados 30 sedãs modelo Lexus ES 300h, buscados para proporcionar maior segurança e conforto. Este modelo foi escolhido por ser considerado o mais apropriado em termos de desempenho e eficientes para o transporte dos membros da corte, apesar de seu valor elevado em comparação com outras opções analisadas, como o Honda Accord, BYD Seal e Toyota Camry.
A decisão do TST de renovar sua frota segue normas previamente estabelecidas. Segundo critérios adotados, veículos com mais de sete anos de uso ou que tenham acumulado uma depreciação de 50% em seu valor original devem ser substituídos. Esta política foi decidida com base em uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e em normas internas do Tribunal, visando manter a operacionalidade e a segurança nas atividades da corte.
Por que o Tribunal optou por um carro de luxo?

A principal justificativa para a escolha dos sedãs Lexus ES 300h reside nos padrões de segurança e conforto que se almeja para o transporte dos ministros e na necessidade de fortalecer a imagem institucional da Corte. Com um motor a combustão de 2,5 litros e um motor elétrico combinado de 120 cavalos, o Lexus proporciona uma potência de 211 cavalos no total. Além disso, o sedã conta com avançados sistemas de tecnologia e conforto, incluindo ar-condicionado digital de duas zonas e vários modos de condução. Desta maneira, o TST pretende otimizar a eficácia na mobilidade de seus membros, além de proporcionar uma experiência de transporte condizente com as necessidades de pessoas em cargos de alta responsabilidade.
Paralelamente à renovação da frota, o TST também recebeu críticas pela contratação de uma sala VIP exclusiva no Aeroporto de Brasília para atender seus ministros, um investimento que envolveu um contrato de R$ 1,5 milhão. A sala, equipada com revestimento de granito, banheiros privativos e mais aparatos para o conforto dos ministros, visa proporcionar um atendimento personalizado e evitar o contato com o público geral durante deslocamentos em aeroportos. Essa iniciativa, entretanto, não passou sem reação, com críticas sendo feitas pelo Ministério Público e partidos políticos em razão dos gastos elevados com o dinheiro público.
Quais foram as reações políticas à aquisição dos sedãs?
A compra dos veículos e a contratação da sala VIP foram questionadas por partidos como o Partido Novo, que defendeu que o patrimônio público não deve bancar artigos de luxo para autoridades. A crítica central está relacionada à percepção de que esses recursos poderiam ser empregados de forma mais estratégica em outras áreas prioritárias, sobretudo em um contexto de recursos limitados e de uma demanda crescente por transparência e eficiência no uso do dinheiro público.
Em meio às polêmicas, o TST se manteve disposto a esclarecer suas decisões, afirmando que todas as aquisições seguem orientações estratégicas do Plano Institucional da instituição para o período de 2021 a 2026. O objetivo do plano é otimizar a infraestrutura oferecida aos dirigentes da corte, alinhando-se com políticas de eficiência, conforto e imagem institucional que garantem o desenvolvimento adequado das atividades judiciais. No entanto, as justificativas podem responder a questões administrativas, mas não contribuem necessariamente para aplacar as discussões sobre o uso do orçamento público em tempos de restrições econômicas, destacando uma questão sempre presente no debate público sobre a gestão de recursos estatais.