A movimentação financeira global alcança patamares expressivos, especialmente quando se trata de empresas do setor de pagamentos eletrônicos. Considerada uma das maiores do ramo, a Visa processa aproximadamente US$ 15 trilhões anualmente, cifra que corresponde a quase 15% da atividade econômica mundial. Diante de um volume tão elevado de operações, a presença crescente de fraudes se tornou um desafio permanente para a companhia e seus clientes.
Entre as ameaças mais sofisticadas, destaca-se o uso de estratégias cibernéticas inovadoras por parte de criminosos. Esses fraudadores, que vão de atores isolados até redes organizadas estruturalmente semelhantes a grandes empresas, estão cada vez mais empenhados em burlar medidas de segurança e acessar recursos financeiros de maneira ilícita, colocando em risco usuários e instituições.
Como a Visa combate fraudes em pagamentos?
Para responder à complexidade desses ataques, a Visa investiu cerca de US$ 12 bilhões nos últimos cinco anos, focando no desenvolvimento de sistemas avançados baseados em inteligência artificial. O objetivo principal dessas tecnologias é identificar rapidamente tentativas suspeitas de transação, separando atividades legítimas de potenciais fraudes. Com essa abordagem, a empresa busca antecipar ações criminosas e proteger, em tempo real, clientes e parceiros comerciais.
A atuação das equipes de segurança se tornou mais estruturada com a criação de espaços especializados. Em locais como o Centro de Operações de Risco, uma força-tarefa monitora dados e busca padrões que indiquem riscos. A análise automatizada de milhões de transações diárias permite uma resposta ágil, muitas vezes sem necessidade de intervenção manual, reduzindo danos financeiros e reputacionais.
Quais são as principais táticas utilizadas por fraudadores digitais?
Os ataques eletrônicos se multiplicam em diferentes formatos. Um dos métodos mais comuns é o roubo de dados de cartões, seguido pela distribuição dessas informações entre vários sites para testes de compras recorrentes e de baixo valor. Essa estratégia dificulta a detecção pelos titulares dos cartões, prolongando o uso fraudulento sem chamar atenção.
- Phishing: criação de páginas ou mensagens falsas para captar dados sensíveis dos consumidores.
- Testes em larga escala: uso de tentativas automáticas para descobrir informações de cartões, como número, validade e código de segurança.
- Serviços prontos para uso: comercialização de kits de fraude, tutoriais e acessos a redes de bots, facilitando atos criminosos até para iniciantes.
- Centros de golpes: operação de equipes forçadas, em regiões como Mianmar, que realizam esquemas sofisticados sob comando de grupos criminosos estruturados.
Como identificar sinais de fraude online?

A exposição a fraudes digitais exige atenção a detalhes e comportamentos suspeitos. Muitos golpes partem de ofertas aparentemente vantajosas ou propostas afetivas com desconhecidos de outros países. O uso de promessas atrativas serve para manipular emoções e induzir transações que, à primeira vista, parecem legítimas.
Segundo especialistas em segurança, algumas orientações podem ajudar na prevenção:
- Desconfiar de oportunidades muito vantajosas anunciadas na internet.
- Evitar repassar informações pessoais ou dados bancários em redes sociais e aplicativos de mensagem.
- Verificar a reputação e procedência de sites antes de efetuar compras ou transferências.
- Monitorar com frequência o extrato do cartão, atendo-se a pequenas cobranças não identificadas.
Inteligência artificial e vigilância 24 horas são suficientes contra o cibercrime?
O cenário global indica que apenas a tecnologia não basta para neutralizar todas as ameaças, já que os grupos fraudulentos evoluem simultaneamente. No entanto, ferramentas baseadas em IA permitem rastrear padrões incomuns e bloquear automaticamente grande parte das tentativas suspeitas. A existência de centros de monitoramento espalhados em regiões estratégicas como Londres, Virgínia e Singapura garante cobertura ininterrupta.
Ainda assim, a colaboração entre empresas, clientes e órgãos reguladores segue sendo fundamental para impedir novas modalidades de fraude e educar os consumidores sobre riscos emergentes. A constante inovação nas táticas adotadas por criminosos exige atualização permanente das defesas e disseminação de informações seguras para o público.