Na última semana de junho de 2025, uma decisão do governo federal trouxe mudanças relevantes para quem busca a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias A e B, que abrangem motocicletas e carros de passeio. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a obrigatoriedade do exame toxicológico para novos condutores dessas categorias, medida que estava prevista em um projeto aprovado pelo Congresso Nacional. O veto foi publicado oficialmente no Diário Oficial da União, gerando debates sobre seus impactos e motivações.
A proposta original, aprovada pelos parlamentares, previa que os recursos provenientes de multas de trânsito fossem utilizados para custear a CNH de pessoas de baixa renda inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Além disso, incluía a exigência do exame toxicológico para quem buscasse habilitação nas categorias A e B. No entanto, apenas a parte referente ao financiamento da CNH foi sancionada, enquanto a obrigatoriedade do exame foi retirada pelo presidente.
Por que o exame toxicológico foi vetado para CNH A e B?
O exame toxicológico, que detecta o uso de substâncias psicoativas, já é exigido para motoristas das categorias C, D e E, responsáveis pelo transporte de cargas e passageiros. A proposta de ampliar essa exigência para condutores de motos e carros gerou discussões entre especialistas e órgãos do governo. Segundo a justificativa do veto, a obrigatoriedade poderia aumentar os custos para a população e, consequentemente, incentivar a condução sem habilitação regularizada, afetando a segurança no trânsito.
O presidente Lula seguiu recomendações dos ministérios dos Transportes, Saúde, Justiça e Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A avaliação técnica considerou que a medida não traria benefícios proporcionais ao impacto financeiro e social que poderia causar, especialmente para pessoas de baixa renda. Dessa forma, o exame toxicológico permanece obrigatório apenas para motoristas profissionais das categorias superiores.

O que muda para quem vai tirar a CNH em 2025?
Com o veto presidencial, candidatos à primeira habilitação nas categorias A e B continuam seguindo as regras já estabelecidas anteriormente. Não será necessário apresentar resultado negativo em exame toxicológico para obter a permissão para dirigir motos ou carros de passeio. O processo de obtenção da CNH nessas categorias segue composto por etapas como exames médicos, aulas teóricas e práticas, além das avaliações obrigatórias de aptidão física e mental.
- Exame toxicológico: permanece obrigatório apenas para categorias C, D e E.
- Financiamento da CNH: pessoas de baixa renda inscritas no CadÚnico podem ter acesso ao benefício, conforme aprovado pelo Congresso.
- Processo de habilitação: não sofre alterações significativas para categorias A e B.
O Congresso pode reverter o veto do exame toxicológico?
O veto presidencial não encerra a discussão sobre o tema. Conforme previsto na legislação brasileira, o Congresso Nacional ainda pode analisar a decisão e optar por mantê-la ou derrubá-la. Caso o veto seja derrubado, a exigência do exame toxicológico para obtenção da CNH nas categorias A e B poderá entrar em vigor. Até que isso aconteça, permanece válida a regra atual, sem a obrigatoriedade para esses condutores.
O exame toxicológico, que já faz parte da rotina de motoristas profissionais, é realizado por meio da análise de amostras de cabelo, pelos ou unhas, com o objetivo de identificar o consumo de substâncias proibidas nos meses anteriores ao teste. A discussão sobre sua ampliação para outras categorias envolve questões de segurança viária, custos e efetividade na prevenção de acidentes. Recentemente, especialistas em segurança no trânsito destacaram que, embora o exame possa auxiliar na identificação de risco, sua exigência ampla pode representar um gasto elevado e impactos limitados na redução dos índices de acidentes.
Quais são os próximos passos para a CNH de baixa renda?
Com a sanção da parte do projeto que trata do financiamento da CNH, pessoas de baixa renda cadastradas no CadÚnico poderão contar com o apoio do governo para arcar com os custos do processo de habilitação. Essa medida busca ampliar o acesso à carteira de motorista, facilitando a inserção no mercado de trabalho e promovendo inclusão social. Os detalhes sobre a implementação desse benefício devem ser definidos em regulamentações específicas nos próximos meses. Governos estaduais também poderão complementar a iniciativa, ampliando ainda mais o alcance do programa de CNH gratuita para pessoas vulneráveis.
Enquanto isso, motoristas que pretendem se habilitar nas categorias A e B podem seguir o processo habitual, sem a necessidade de realizar o exame toxicológico. A decisão do governo reflete uma preocupação com o equilíbrio entre segurança no trânsito e acessibilidade ao direito de dirigir, especialmente para as camadas mais vulneráveis da população.