No atual cenário econômico brasileiro, o dilema fiscal vem se intensificando diante da combinação de uma política de gastos públicos acelerada com a tentativa do Banco Central de conter a inflação. Em entrevista recente, o economista Álvaro Bandeira demonstrou preocupação com os rumos da política econômica e alertou para os riscos de um descompasso entre o Banco Central e o governo.
Segundo ele, o governo está adotando uma política fiscal expansionista sem planejamento suficiente. “O desequilíbrio entre política fiscal frouxa e política monetária restritiva pode comprometer todo o esforço de combate à inflação”, afirmou.
Déficit fiscal e confiança de investidores
Bandeira destaca que o aumento dos gastos públicos, especialmente quando não acompanhado por cortes ou realocação eficiente de recursos, tende a agravar o déficit nas contas públicas. Isso gera desconfiança entre investidores e pressiona ainda mais o cenário econômico.
“Com um déficit crescente, a consequência direta é a perda de confiança do mercado e o aumento do risco Brasil. O investidor precisa de previsibilidade, e a política fiscal atual não oferece isso”, disse o economista.
Gasto público precisa ser eficiente, diz economista
Em vez de aumentar gastos de forma indiscriminada, Álvaro Bandeira defende uma abordagem mais criteriosa, com foco em eficiência nas contas públicas. Para ele, é necessário priorizar investimentos em áreas que realmente gerem impacto positivo e duradouro, como educação e capacitação profissional.
“Não se trata apenas de cortar por cortar. É possível ser fiscalmente responsável e socialmente justo. O Estado precisa gastar melhor, e não apenas gastar mais”, argumentou.
Fiscal x populismo: o risco da reeleição
Outro ponto sensível abordado por Bandeira é o impacto político sobre a condução da política fiscal. Em sua visão, a busca por reeleição pode levar a decisões populistas, que comprometem a saúde das contas públicas em nome de resultados imediatos.
“Alguns governantes preferem medidas de curto prazo para agradar seus eleitores, mas isso compromete o futuro do país. O populismo fiscal é perigoso e gera um ciclo vicioso de endividamento e instabilidade”, alertou.
Debate fiscal precisa ser amplo e transparente
Por fim, Álvaro Bandeira ressaltou a necessidade de um debate mais profundo sobre o futuro da política fiscal brasileira. Para ele, esse debate não pode ficar restrito aos gabinetes de Brasília: deve envolver economistas, parlamentares, empresários e a sociedade em geral.
“A transparência e a responsabilidade precisam estar no centro das decisões públicas. Não há futuro próspero com desequilíbrio fiscal”, concluiu.
 
			



 














