O mercado financeiro brasileiro registrou um dia de volatilidade nesta segunda-feira, 23 de junho, com o Índice Bovespa (Ibovespa) encerrando a sessão em queda de 0,41%, aos 136.550 pontos. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 20,48 bilhões, abaixo da média diária observada nas últimas semanas.
Impacto da tensão no Oriente Médio
Os mercados globais sofreram pressões em razão da crescente tensão no Oriente Médio, com reflexos no comportamento do Ibovespa. O recente conflito entre Estados Unidos e Irã, que incluiu ataques a instalações nucleares e retaliações com mísseis, gerou receios nos investidores, especialmente após o fechamento de importantes fluxos de petróleo.
Apesar das tensões geopolíticas, o tráfego de petróleo no estreito de Ormuz não foi interrompido, o que ajudou a mitigar o impacto nos preços da commodity. O barril de petróleo Brent caiu 7,18%, encerrando o dia cotado a US$ 71,48, pressionando o mercado e refletindo diretamente nas ações da Petrobras.
Petrobras e o impacto no Ibovespa
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) foram as principais responsáveis pela queda do índice no dia. A desvalorização superior a 2% das ações da estatal, acompanhando a retração do preço do petróleo, pesou negativamente no desempenho do mercado. A companhia, que possui grande peso no índice, viu suas ações refletirem a aversão ao risco gerada pela situação geopolítica.
Por outro lado, a mineradora Vale (VALE3) registrou um desempenho positivo, com valorização de 1%, impulsionada pela alta nos preços do minério de ferro. A empresa se destacou como um dos poucos papéis a apresentar alta no pregão.
Câmbio: dólar em queda
No mercado de câmbio, o dólar encerrou a sessão em queda de 0,39%, cotado a R$ 5,5032. A diminuição da moeda norte-americana foi impulsionada pela percepção de que a resposta do Irã aos ataques dos Estados Unidos foi limitada, o que ajudou a reduzir os temores de uma escalada no conflito.
Expectativas do mercado: Selic e política monetária
No cenário doméstico, os investidores seguem atentos ao andamento da política monetária no Brasil. A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic para 15% ao ano, deve ser divulgada nos próximos dias e servirá como indicativo para o futuro da economia. A expectativa é de que o Banco Central mantenha uma política monetária restritiva por mais tempo, o que continuará impactando o cenário de investimentos no país.
Em suma, o mercado brasileiro enfrentou um pregão de aversão ao risco, afetado principalmente pela queda nas ações da Petrobras e a volatilidade do petróleo. O cenário geopolítico e as expectativas econômicas internas continuam sendo fatores determinantes para o comportamento dos investidores nos próximos dias.
 
			



 














