O Congresso Nacional deu início a um novo capítulo em sua atuação ao avançar com o processo de abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) destinada a investigar descontos irregulares no INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). A leitura do requerimento ocorreu nesta terça-feira, 17 de junho de 2025, sob a condução do presidente do Congresso, Davi Alcolumbre, e representa o primeiro passo formal para a instalação da comissão.
O pedido para a criação da CPMI contou com 293 assinaturas, das quais 44 vieram do Senado e 249 da Câmara dos Deputados. O objetivo central é apurar suspeitas de fraudes bilionárias no sistema previdenciário público, tema que tem gerado debates intensos entre parlamentares da base governista e da oposição. Apesar do avanço, a instalação efetiva da comissão foi adiada para o segundo semestre, devido ao recesso informal do Congresso, motivado pelas festas de São João e pela proximidade do recesso parlamentar de julho.
Como funciona a CPMI para investigar o INSS?
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito é um instrumento previsto na Constituição para apurar fatos determinados de interesse público. No caso da CPMI do INSS, a investigação busca esclarecer possíveis esquemas de descontos indevidos que afetam beneficiários da Previdência Social. O funcionamento da comissão envolve a participação de deputados e senadores, que têm poderes para convocar testemunhas, requisitar documentos e promover diligências.
Durante o período de atuação, a CPMI pode ouvir autoridades, especialistas e representantes de órgãos públicos ligados ao INSS. Ao final dos trabalhos, a comissão apresenta um relatório com recomendações e, se necessário, encaminha denúncias aos órgãos competentes. Esse processo visa garantir maior transparência e responsabilização diante de eventuais irregularidades no sistema previdenciário.

Quem vai comandar a CPMI do INSS?
O comando da comissão ficará sob responsabilidade do PSD (Partido Social Democrático) do Senado, integrante da base governista. Entre os nomes cotados para a presidência estão os senadores Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA), ambos com histórico de participação em outras comissões e experiência em temas ligados à administração pública. A relatoria, por sua vez, será designada a um deputado, cuja escolha deve ocorrer nas próximas semanas, durante o recesso informal do Congresso.
Enquanto a presidência da CPMI tende a ficar com um partido da base do governo, a oposição articula para indicar nomes de destaque para compor a comissão. O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) foi sugerido para integrar o grupo, mas a decisão final depende de negociações internas e da concordância dos líderes partidários.
Quais são os próximos passos para a instalação da CPMI?
Com a leitura do requerimento já realizada, o Congresso segue para a etapa de indicação dos membros que irão compor a comissão. Esse processo deve ocorrer durante o recesso informal, com as bancadas apresentando seus representantes. A expectativa é que, após o retorno das atividades legislativas, a CPMI seja oficialmente instalada e inicie os trabalhos de investigação.
- Indicação dos membros pelas bancadas partidárias
- Definição da presidência e relatoria
- Elaboração do plano de trabalho da comissão
- Convocação de testemunhas e coleta de documentos
- Apresentação do relatório final com recomendações
O andamento da CPMI do INSS será acompanhado de perto por diversos setores da sociedade, especialmente por aqueles diretamente impactados pelos descontos previdenciários. O desfecho das investigações poderá influenciar futuras políticas públicas e a condução de processos internos no INSS, reforçando a importância do controle e da fiscalização sobre os recursos públicos.