O Comitê de Política Monetária (FOMC) do Federal Reserve (Fed) decidiu manter a taxa básica de juros dos EUA inalterada, com a meta permanecendo entre 4,25% e 4,5%. A decisão reflete a continuidade das condições econômicas de crescimento sólido, apesar das oscilações nas exportações líquidas e da inflação ainda relativamente elevada.
A BM&C News transmite ao vivo com tradução simultânea a entrevista coletiva do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Assista clicando aqui.
Embora a economia tenha mostrado resiliência, com uma taxa de desemprego ainda baixa e o mercado de trabalho se mantendo robusto, o Fed está comprometido em alcançar sua meta de longo prazo: um máximo de emprego e inflação de 2%. O Comitê reconhece que a incerteza nas perspectivas econômicas diminuiu, mas ainda permanece alta, e continuará monitorando de perto os dados econômicos, as pressões inflacionárias e as expectativas para decidir sobre futuros ajustes nas taxas. Para esse ano, o Fed ainda prevê mais dois cortes nos juros.
Perspectivas econômicas e política monetária
O Comitê ressaltou que, ao avaliar o momento adequado para possíveis aumentos de juros, continuará considerando a evolução dos dados recebidos, as perspectivas econômicas e os riscos envolvidos. Além disso, o Fed seguirá reduzindo seus investimentos em títulos do Tesouro e outros ativos relacionados, conforme anunciado anteriormente.
Apesar de manter os juros inalterados, o Fed se mostra pronto para ajustar sua postura monetária conforme necessário, caso riscos imprevistos surjam e impactem suas metas. Isso inclui a análise contínua do mercado de trabalho e das pressões inflacionárias, além de fatores financeiros e internacionais.
O presidente Jerome Powell e outros membros do Comitê reafirmaram seu compromisso em apoiar o máximo de emprego possível e garantir que a inflação volte à meta de 2%. Eles indicaram que seguirão agindo com cautela, sempre que necessário, para balancear as condições econômicas e alcançar a estabilidade de preços e o crescimento sustentável. A decisão do FED foi unânime.
Análise: decisão do Fed e projeções para a economia americana e brasileira
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, destaca que a decisão do Federal Reserve de manter a taxa de juros em 4,5% foi amplamente esperada. “A decisão veio como esperada, deixando a taxa de juros em 4,5%. A expectativa estava no material de projeções. Ele mostra uma piora nas projeções de inflação dos Estados Unidos, subindo de 2,7% para 3% esse ano, e de 2,2% para 2,4% no próximo. A taxa de desemprego também teve uma leve mudança, indo de 4,4% para 4,5% esse ano“.
Cruz também destacou que “a grande mudança foi no material de projeções, com dois dirigentes que não queriam mudanças nos juros agora subindo a sua expectativa para nenhuma mudança esse ano. Para o ano que vem, há uma expectativa de mais um corte, mas nada significativo“. Segundo ele, “para o Banco Central do Brasil, não houve grandes modificações, mas o cenário continua sendo monitorado, especialmente se a inflação brasileira ultrapassar os 3%, o que poderia exigir ajustes nos juros”.
Expectativa de inflação alta e taxa de juros elevada
Andressa Durão, economista do ASA, analisou que a decisão do Federal Reserve, apesar da composição dos votos ser hawkish para 2025, não houve mudança significativa nas expectativas para o curto prazo. “A expectativa de uma inflação mais alta até 2026 contribuiu para uma mediana de taxa de juros mais elevada para o próximo ano, o que mostra um tom mais hawkish. No entanto, a taxa de desemprego elevada no próximo ano indica uma postura cautelosa por parte do Fed“, afirmou Durão.
Ela também ressaltou que o comunicado do Fed foi alinhado com discursos anteriores, indicando que, embora a incerteza tenha diminuído, ela ainda permanece elevada. “Powell deve manter o tom cauteloso e não há pressa em ajustar a política monetária, já que a economia americana segue em boa posição, mas os riscos permanecem“, concluiu a economista.
Cautela com otimismo
Para Marco Prado, apresentador do Pre-Market, a fala de Powell trouxe um tom cauteloso, mas com uma pitada de otimismo para o mercado. “Powell destacou que a economia dos EUA segue bem, o que deu um leve impulso às bolsas, mas o cenário global ainda é adverso“, afirmou Prado. Ele também apontou a possibilidade de cortes de juros, dizendo: “Powell deu a entender que os cortes podem continuar até 2027, mas sem pressa. Se a situação melhorar, poderemos ver três cortes de juros ainda este ano e mais três no ano seguinte.” Para Prado, embora o discurso tenha sido comedido, a chance de cortes de juros oferece uma perspectiva mais otimista para os investidores.”
 
			



 














