O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira (21), com o índice acompanha o movimento negativo das bolsas dos EUA, à medida que os mercados globais seguem preocupados com os desdobramentos da política tarifária de Trump. Na cena local, os investidores repercutem falas de Haddad durante a manhã.
O mercado financeiro brasileiro encerrou a semana em clima de cautela e tensão. O dólar à vista subiu 0,46%, fechando a R$ 5,7305, enquanto o Ibovespa acumulou uma queda de 0,89%, pressionado por incertezas econômicas globais e declarações internas que impactaram diretamente o humor dos investidores.
Dólar em alta: Novo coronavírus na China acende alerta global
O avanço do dólar nesta sexta-feira (21) foi impulsionado por temores globais após a revelação de um novo coronavírus na China. A notícia, veiculada pelo jornal britânico Daily Mail, despertou uma onda de aversão ao risco nos mercados financeiros, levando investidores a buscar ativos mais seguros, como o iene japonês, que liderou os ganhos entre as moedas globais.
Além disso, a fuga de ativos de risco refletiu diretamente no comportamento das bolsas internacionais e afetou também o mercado brasileiro. A cotação da moeda americana acumulou um avanço de 0,61% na semana, interrompendo uma sequência de sete semanas consecutivas de quedas.
Ibovespa em queda: Fala de Haddad e incertezas fiscais pesam sobre o índice
No mercado doméstico, o Ibovespa sofreu pressões adicionais após as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil por mês. Embora a proposta seja vista como um avanço na justiça tributária, as preocupações com a compensação fiscal — que deverá recair sobre os mais ricos — causaram desconforto entre os investidores.
O principal índice da bolsa brasileira fechou em baixa de 0,45% nesta sexta, encerrando o dia em 127.075,16 pontos. Na semana, a queda acumulada atingiu 0,89%, refletindo o impacto das incertezas políticas e econômicas locais.
Ações em destaque: Lojas Renner decepciona, enquanto Automob lidera ganhos
Entre as ações mais negociadas, o destaque positivo ficou com a Automob (AMOB3), que teve alta de 3,85%, seguida por Energisa (ENGI11) e Marfrig (MRFG3), com ganhos de 2,05% e 1,69%, respectivamente.
Por outro lado, a maior decepção da semana veio da Lojas Renner (LREN3), que despencou 13,35% após divulgar um lucro líquido de R$ 487,2 milhões no quarto trimestre de 2024. O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetavam um lucro de R$ 630,6 milhões, segundo dados compilados pela LSEG.
Mercado internacional: Bolsas dos EUA fecham em forte queda
O cenário global também foi marcado por pessimismo. As principais bolsas de valores dos Estados Unidos fecharam em forte baixa:
- Dow Jones: -1,69%, aos 43.428,02 pontos
- S&P 500: -1,71%, aos 6.013,13 pontos
- Nasdaq: -2,20%, aos 19.524,01 pontos
A volatilidade foi alimentada por tensões geopolíticas e preocupações com a desaceleração econômica global, que seguem no radar dos investidores internacionais.
