O reajuste do salário mínimo para 2025 trouxe diversas mudanças significativas em benefícios sociais e trabalhistas no Brasil. No entanto, o novo valor estabelecido, de R$ 1.518, redefine o piso salarial nacional e influência uma série de programas e contribuições que dependem desse parâmetro.
Entre os principais reflexos, estão os ajustes nos valores de programas como o abono salarial PIS/Pasep, os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e as contribuições para Microempreendedores Individuais (MEIs), além de modificações em critérios de elegibilidade para o Cadastro Único e o seguro-defeso.
Abono Salarial PIS/Pasep: O que Muda?
O abono salarial PIS/Pasep, um benefício anual pago aos trabalhadores que ganham até dois salários mínimos por mês com carteira assinada, também foi ajustado. Com o novo salário mínimo, o montante do abono agora varia entre R$ 126,50 e R$ 1.518, dependendo dos meses trabalhados no ano base.
Esse aumento trará impacto direto aos 25,8 milhões de beneficiários, com um total de R$ 30,7 bilhões destinados ao pagamento. Vale destacar que o benefício segue um calendário de pagamentos conforme o mês de nascimento dos trabalhadores.

Como Ficam os Benefícios do INSS em 2025?
Os benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que abrange aposentadorias, auxílio-doença e pensões, são reajustados com base no novo salário mínimo. Atualmente, o INSS é responsável pelo pagamento de mais de 40,6 milhões de benefícios mensalmente, dos quais 28,2 milhões correspondem ao piso nacional.
O calendário de pagamento dos benefícios para 2025 está disponível para consulta, assegurando que os valores ajustados comecem a ser pagos no início do ano.
Alterações no Benefício de Prestação Continuada (BPC)
O Benefício de Prestação Continuada, direcionado a idosos e pessoas com deficiência em situação de extrema pobreza, agora paga um valor mensal de R$ 1.518. Este auxílio é fundamental para aqueles que não têm condições de se manter economicamente sem suporte familiar.
Com o ajuste, os pagamentos do BPC relativos a janeiro de 2025 já contemplarão o novo valor, impactando muitos brasileiros em situação vulnerável.
Como o Novo Salário Mínimo Afeta o Trabalho Intermitente?
O trabalho intermitente, uma modalidade onde o trabalhador atua de forma esporádica, tem seus valores de remuneração atrelados ao salário mínimo. Com a atualização para R$ 1.518, o salário por hora passa a ser de R$ 6,90, enquanto o valor diário é ajustado para R$ 55,20.
Esses valores garantem que mesmo trabalhadores intermitentes recebam uma compensação justa e proporcional ao tempo de serviço prestado, ainda respeitando o mínimo legal.

Outras Mudanças Significativas
- Cadastro Único: Os critérios de renda para inscrição no CadÚnico também foram reajustados. Agora, é necessária uma renda mensal de até R$ 759 por pessoa ou R$ 4.554 por família.
- Seguro-defeso: Benefício pago a pescadores artesanais exclusivamente depende do salário mínimo, garantindo um valor justamente ajustado para períodos em que a pesca é proibida.
- Contribuições dos MEIs: As taxas para microempreendedores também subiram. O valor do INSS agora é de R$ 75,90, e pode haver adições de R$ 1 a R$ 5 para impostos como ICMS e ISS.
- Ações nos Juizados: O teto para ações sem advogado agora é de R$ 91.080 no Juizado Especial Federal e R$ 30.360 no Juizado Especial Cível.
Por Que o Salário Mínimo Sofreu um Ajuste?
As novas regras determinam que o reajuste real do salário mínimo entre 2025 e 2030 será limitado a 2,5%. Este limite garante que o piso nacional não ultrapasse um percentual substancial acima da inflação, respeitando o aumento de despesas públicas. A alta para R$ 1.518 reflete este equilíbrio, somando a inflação medida pelo INPC e um modesto crescimento do PIB.
Essas mudanças destacam a importância do salário mínimo como regulador econômico e social, assegurando ajustes que visam tanto a melhoria das condições de vida quanto a sustentabilidade fiscal no Brasil.