A caderneta de poupança continua a ser um dos métodos de aplicação de renda fixa mais populares entre os brasileiros. Essa adesão é impulsionada pela simplicidade, isenção de taxas e fácil acesso que essa aplicação oferece. No entanto, a rentabilidade oferecida pela poupança tem sido um motivo de intenso debate.
Nos últimos anos, a poupança tem mostrado um rendimento baixo, especialmente quando comparada a outras opções de investimento disponíveis no mercado. Isso se deve ao fato de que a caderneta possui regras específicas que guiam o seu funcionamento e rendimento ao longo dos anos, incluindo mudanças significativas que ocorreram em 2012.
Quais são as regras vigentes para o rendimento da poupança?
A poupança no Brasil opera sob duas regras principais que determinam sua taxa de rendimento. A primeira delas se aplica a depósitos feitos antes de 4 de maio de 2012. Para esses depósitos, a poupança oferece um rendimento de 0,5% ao mês acrescido da variação da Taxa Referencial (TR).
Para depósitos realizados a partir de 4 de maio de 2012, a regra diferencia o rendimento com base na taxa Selic. Se a Selic estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento é de 0,5% ao mês mais a TR. Caso a Selic esteja igual ou abaixo de 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a TR. Essas regras foram estabelecidas para tornar a poupança mais competitiva em momentos de taxas de juros mais baixas.
Quanto rendeu a poupança ao longo dos anos?
Para ilustrar a rentabilidade da poupança, pode-se considerar um exemplo prático com um investimento de R$ 1.000. Quem aplicou essa quantia há 30 anos, hoje teria aproximadamente R$ 16.021,49, sob a regra antiga. Em um período de 20 anos, o valor acumulado seria de R$ 4.043,00. Esse padrão de rendimento revela a funcionalidade da regra antiga.
Por outro lado, quem manteve a aplicação de R$ 1.000 na poupança de outubro de 2014 até 2024, teria acumulado cerca de R$ 1.775,48, segundo a regra atual. Esses dados apontam que o rendimento pode ser menos atraente comparado a outras opções de renda fixa contemporâneas.

A poupança ainda é uma opção atraente?
A escolha de investir na poupança mantém-se popular devido à sua segurança e isenção de impostos e taxas. Entretanto, a baixa rentabilidade tem levado muitos brasileiros a migrarem para alternativas como o Tesouro Direto, Certificados de Depósito Bancário (CDBs), e Letras de Crédito Imobiliário ou do Agronegócio (LCIs/LCAs), que frequentemente proporcionam rendimentos superiores.
Dados do Banco Central indicam que a poupança tem sofrido com saques líquidos significativos, evidenciando a busca por alternativas mais lucrativas. Mesmo assim, ela continua sendo o porto seguro para muitos, especialmente em um cenário econômico instável.
Quais fatores influenciam a popularidade da poupança?
Um dos principais fatores que asseguram a popularidade da poupança é a tradição e a confiança que a população deposita nesse tipo de aplicação. Ademais, sua característica de liquidez diária sem incidência de tributos é um atrativo significativo.
No entanto, o cenário econômico atual e as novas tecnologias financeiras pressionam para que o investidor busque se informar mais e considerar ampliar seu portfólio de investimentos, avaliando os riscos e benefícios de cada aplicação disponível.