O Supremo Tribunal Federal (STF) está atualmente julgando a constitucionalidade do imposto de 25% aplicado sobre aposentadorias e pensões de brasileiros que residem no exterior. O tema gerou controvérsias, pois traz à tona a questão da isonomia tributária entre cidadãos que vivem dentro e fora do país.
Os Votos dos Ministros no Plenário Virtual
Na etapa atual do julgamento, realizada no plenário virtual, três ministros manifestaram-se contra a proposta do governo federal. Dias Toffoli, que lidera o processo, argumentou que essa tributação contradiz princípios fundamentais como isonomia, proporcionalidade e capacidade contributiva. Ele destacou que a alíquota única retira recursos essenciais para os aposentados e pensionistas que vivem fora do país, sendo uma medida que poderia violar o direito a uma vida digna.
O ministro Alexandre de Moraes também se posicionou contra a norma, ressaltando que ela impede os brasileiros no exterior de usufruírem das faixas de isenção e da tabela progressiva disponíveis para os residentes no Brasil. Segundo Moraes, os residentes fora do país não se beneficiam dos serviços públicos financiados pelos impostos que pagam, o que torna a cobrança ainda mais injusta.
Cármen Lúcia, por sua vez, acompanhou o voto de Toffoli, optando por não elaborar uma declaração própria.
Contexto e Implicações da Decisão
O debate no STF teve origem a partir de um caso específico de uma aposentada que reside em Portugal e recebe um salário-mínimo em aposentadoria. Na Justiça, ela obteve o direito à isenção do imposto, mas a União recorreu da decisão. Este caso levantou questões sobre se a mera residência fora do Brasil implica em uma capacidade econômica superior à dos residentes domésticos.
Questões de Isonomia e Equidade Tributária

O principal argumento debatido no tribunal é se a cobrança de uma alíquota uniforme de 25% fere o princípio da isonomia, que assegura tratamento igualitário entre os cidadãos. Os ministros que votaram até agora argumentam que a norma atual cria uma distinção injusta e desproporcional entre esses contribuintes e os que estão no Brasil, que têm acesso a faixas de isenção e a deduções fiscais.
Possíveis Desdobramentos do Julgamento
O julgamento, cujo término no plenário virtual está previsto para sexta-feira (18), pode ter amplas repercussões para milhares de brasileiros residentes no exterior. Uma decisão contrária à tributação proposta pelo governo significaria um alívio financeiro significativo para esses aposentados e pensionistas. O desfecho desse caso poderá influenciar futuras legislações sobre tributação internacional e a forma como direitos e obrigações fiscais são interpretados para cidadãos expatriados.