Nesta segunda-feira (14), durante o programa BM&C News, a analista da Empiricus, Larissa Quaresma, conversou sobre os impactos da alta da taxa Selic no mercado, com foco nos riscos e oportunidades para diferentes setores da economia brasileira.
Quaresma alertou que os efeitos do aumento da Selic ainda não são totalmente visíveis nos resultados das empresas, mas destacou áreas que devem apresentar desempenhos variados no terceiro trimestre de 2024.
Segundo Larissa, o setor de commodities, como agrícola, metálica e industrial, teve uma queda significativa nos preços durante o terceiro trimestre, o que deve refletir em um desempenho mais fraco nas empresas desse setor. “As empresas de commodities não devem ser destaque dessa temporada”, afirmou.
Em contrapartida, a analista vê o setor financeiro, especialmente os bancos, como uma área promissora, devido à queda nas taxas de inadimplência. Bradesco e Santander, que vinham apresentando resultados negativos, devem mostrar uma recuperação importante.
Para os investidores, Quaresma sugere cautela com empresas alavancadas, uma vez que o cenário de juros elevados aumenta os custos financeiros. “Mesmo empresas com balanços fortes enfrentam dificuldades com juros de 10,5%, quem dirá com uma Selic de 12,5% ou 13,5%, como alguns economistas estão prevendo”, observou.
A analista também destacou estratégias de proteção para investidores, recomendando priorizar empresas com balanços sólidos e boa execução operacional. “O melhor hedge é estar em empresas que têm vantagens competitivas e que crescem independentemente do cenário econômico”, disse ela.
Por fim, Larissa aconselha evitar empresas com altos custos dolarizados, uma vez que a permanência do dólar em níveis elevados pode impactar negativamente suas margens.