No cenário atual do Supremo Tribunal Federal (STF), está em pauta a discussão sobre a constitucionalidade da tributação de aposentadorias e pensões pagas a brasileiros que residem no exterior. O foco é a alíquota de 25% aplicada na fonte, questão que gerou amplo debate entre os ministros. Em votação recente no plenário virtual, o ministro Dias Toffoli, relator do caso, considerou a cobrança inconstitucional, posição endossada pelo ministro Alexandre de Moraes. A votação dos demais ministros prossegue até o dia 18 de outubro.
Argumentos do Relator e Impacto nas Finanças dos Brasileiros no Exterior

O ministro Dias Toffoli, ao proferir seu voto, sublinhou que a regra atual impõe um ônus excessivo aos brasileiros que residem fora do país. Esses cidadãos estão sujeitos a uma alíquota única e elevada de 25%, sem a possibilidade de realizar deduções aplicáveis aos residentes no Brasil, que têm acesso à tabela progressiva do imposto de renda. “Isso viola princípios de isonomia, proporcionalidade e capacidade contributiva,” destacou Toffoli, ressaltando que a localização do contribuinte não deve ser fator determinante para sua capacidade econômica.
Toffoli também argumentou que a tributação alta compromete os recursos essenciais para uma vida digna dos aposentados e pensionistas, que necessitam gerenciar suas finanças com benefícios às vezes limitados. Esta visão foi compartilhada pelo ministro Alexandre de Moraes, que adicionou que os brasileiros no exterior não têm acesso aos benefícios dos serviços públicos financiados pelos impostos.
Concordância e Perspectiva de Alexandre de Moraes
O ministro Alexandre de Moraes corroborou com o relator, enfatizando a injustiça da norma impugnada que impede os brasileiros residentes ou domiciliados no exterior de usufruírem das isenções e da tabela progressiva do IR oferecidos aos residentes no Brasil. Ele apontou que os impostos pagos por esses contribuintes não retornam a eles na forma de serviços públicos, o que cria uma situação de desvantagem.
O Caso que Iniciou a Discussão
A questão ganhou relevo no STF a partir da ação de uma cidadã brasileira, residente em Portugal, que recebe uma aposentadoria no valor de um salário-mínimo. Após ganhar, em instância inferior, o direito à isenção da cobrança de 25%, a União recorreu ao STF, buscando reverter a decisão. Este caso emblemático pode definir precedentes significativos para muitos brasileiros que se encontram na mesma situação.
Próximos Passos e Implicações Potenciais
A decisão do STF pode ter grandes implicações para a política de tributação internacional do Brasil. Se for confirmada a inconstitucionalidade da cobrança de 25%, será necessário redefinir a abordagem tributária para cidadãos no exterior. Isso pode significar ajustes na legislação fiscal, visando igualar o tratamento tributário entre residentes e não-residentes, garantindo o princípio de equidade e justiça fiscal. Com uma decisão agendada até 18 de outubro, o desfecho deste julgamento é aguardado com grande expectativa por parte dos brasileiros que vivem fora do país.