Nesta sexta-feira (11), o Ibovespa fechou a sua última sessão da semana em queda de 0,28%, em 129.992,29 pontos, refletindo o aumento do receio em torno das questões fiscais do Brasil.
O presidente Lula, em entrevista, afirmou que pretende ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para R$ 5 mil, além de criticar quem vive de especulação e recebe dividendos, sem pagar imposto. Segundo Lula, “quem deve pagar imposto é quem vive de renda, de especulação.” Essa fala, somada aos comentários anteriores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre a possibilidade de taxar milionários para compensar a isenção de IR, gerou pessimismo no mercado, afetando negativamente o desempenho da bolsa.
A reação do mercado foi rápida. O Ibovespa caiu, o dólar subiu, e os juros futuros sofreram forte estresse, pressionados também pelo IPCA, que veio ligeiramente acima das expectativas.
O economista e planejador financeiro Fabio Louzada, fundador da plataforma Eu Me Banco, comentou que as declarações do governo aumentam a incerteza no mercado e podem comprometer a atratividade do Brasil para investidores: “A retórica de taxação de grandes fortunas e mudanças fiscais sem planejamento claro cria um cenário de incerteza, o que o mercado detesta.”
No entanto, algumas ações ajudaram a limitar as perdas do índice. A mineradora Vale avançou acompanhando a alta do minério de ferro no mercado internacional, que sustentou a valorização de suas ações. Além disso, Lojas Renner também registrou ganhos, beneficiada pela elevação de recomendação do JP Morgan, que passou de neutra para compra.
Nos Estados Unidos, o cenário foi mais positivo. As bolsas americanas subiram após a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI), que veio estável em 0,1% em setembro, reforçando as expectativas de um corte de 25 pontos-base nos juros. Os balanços corporativos positivos de grandes bancos como JP Morgan, Wells Fargo e BlackRock também contribuíram para o otimismo.
Entre os destaques de queda no pregão brasileiro, ações de construtoras como MRV, Cury e Eztec sofreram com a alta dos juros futuros, enquanto varejistas como Assaí e Carrefour também recuaram.