Nos últimos anos, muitos países têm buscado medir a qualidade de vida das suas populações por meio de diversos indicadores. Entre os mais renomados está o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da Organização das Nações Unidas (ONU). Este índice examina itens como alfabetização, educação, expectativa de vida e riqueza. No entanto, um índice que tem ganhado destaque é o Índice de Progresso Social (IPS), idealizado por Michael Porter, professor da Harvard Business School.
Diferentemente de outros índices que se baseiam em dados econômicos, o IPS foca em marcadores sociais e ambientais para medir o desenvolvimento das sociedades. O objetivo é proporcionar uma visão mais abrangente da qualidade de vida, sem a interferência direta de fatores econômicos. No caso do Brasil, os resultados para 2024 não foram promissores. Desde 2014, o país caiu do 46º para o 67º lugar no ranking, evidenciando um aumento da desigualdade social e econômica na última década.

O que é o Índice de Progresso Social (IPS)?
Mas afinal, o que realmente mede o IPS? Este índice é uma ferramenta poderosa que oferece insights sobre como diferentes localidades estão progredindo em termos sociais e ambientais. Ele serve como um guia para que governos, empresas e a sociedade ajam de forma mais eficaz na criação de políticas públicas que realmente façam a diferença.
O IPS examina três dimensões principais: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Esses aspectos abrangem desde segurança pessoal e saneamento básico até liberdade de escolha e inclusão. Essa análise detalhada permite identificar áreas críticas onde melhorias são necessárias.
Por que o Brasil caiu no ranking do IPS?
A queda do Brasil no ranking do IPS levanta várias questões importantes. O que levou o país a perder 21 posições em apenas uma década? Entre os fatores que têm contribuído para essa queda estão a desigualdade de renda, o acesso desigual à educação e a saúde e a violência, que continua afetando especialmente as populações menos privilegiadas.
Além disso, a deterioração das condições ambientais e a falta de infraestrutura básica em muitas áreas também desempenham um papel crítico. Esses problemas não apenas impactam diretamente a qualidade de vida da população, mas também refletem a eficácia (ou a falta dela) das políticas públicas implementadas nos últimos anos.
Quem está no topo e quem está na base do IPS no Brasil?
No entanto, nem todas as notícias são ruins. Algumas cidades brasileiras destacam-se positivamente nesse cenário. Gavião Peixoto, no interior de São Paulo, lidera o ranking brasileiro de IPS, mostrando o impacto positivo de políticas eficazes mesmo em municípios pequenos. Com cerca de 5.000 habitantes, a cidade apresenta uma combinação de bem-estar social e desenvolvimento sustentável.
- Gavião Peixoto (SP) – Líder do ranking brasileiro.
- Brasília (DF) – 71,25 pontos.
- São Carlos (SP) – 70,96 pontos.
Por outro lado, Uiramutã, em Roraima, é o município com o pior índice. Localizado ao norte do Brasil e fazendo fronteira com a Guiana, Uiramutã enfrenta desafios significativos de infraestrutura e serviços básicos, evidenciando a necessidade urgente de intervenção governamental.
- Uiramutã (RR) – Pior índice no país.
- Alto Alegre (RR) – 38,38 pontos.
- Trairão (PA) – 38,69 pontos.
O futuro do Índice de Progresso Social no Brasil
O que o futuro reserva para o Brasil no que tange ao Índice de Progresso Social? Essa questão permanece em aberto, mas uma coisa é certa: o progresso depende de esforços conjuntos para combater a desigualdade social, melhorar a educação, promover a saúde pública e proteger o meio ambiente.
O IPS é mais do que uma simples estatística; é um chamado à ação. Governos locais, empresas e cidadãos precisam colaborar para implementar mudanças reais e sustentáveis, garantindo uma qualidade de vida melhor para todos. Só assim será possível reverter a tendência de queda e avançar em direção ao topo do ranking novamente.