A decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes de bloquear as contas da empresa Starlink para garantir o pagamento de multas devidas pela rede social X colocou em discussão a segurança jurídica que o Brasil oferece às empresas que atuam aqui. O receio é que esse tipo de medida possa afetar a confiança de investidores.
Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Way Investimentos, diz que essa situação pode prejudicar a visão de longo prazo dos investidores internacionais sobre o Brasil e potencialmente reduzir o fluxo de capital estrangeiro. Ele não acredita que o fato leve a uma revisão negativa do rating do país. “Eu vejo alguns investidores olhando o país e com piores olhos, mas daí ao país ter redução de rating eu já acho um pouco exagerado”, declara em entrevista ao BM&C News.
Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, acrescenta que o episódio é restrito ao âmbito privado e, portanto, não interfere na avaliação da capacidade de pagamento do governo federal. “Isso é algo que não afeta diretamente o rating soberano de um país. Só teria um efeito se isso tivesse um efeito prático e em cascata para as demais empresas, e aí isso incorresse na fuga de capitais resultando em oscilações significativas no dólar e na bolsa de valores, o que, por sua vez, alteraria a dinâmica macroeconômica, incluindo inflação, taxa de juros e questões fiscais”, pondera Agostini.
Ele compara o caso Starlink ao ocorrido com as Lojas Americanas, ressaltando que, mesmo sendo um evento mais grave para o setor privado, também não afetou o rating do país. Leia mais aqui.