O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou nesta sexta-feira (30) sua posição de não reconhecer a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela e voltou a exigir maior transparência na divulgação das atas eleitorais. Em uma entrevista para uma rádio da Paraíba, Lula destacou que o presidente venezuelano “terá de arcar com as consequências” de suas ações e expressou preocupações sobre a falta de provas concretas sobre os resultados da eleição.

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Lula, que anteriormente havia minimizado as suspeitas de fraude na disputa eleitoral, ajustou o tom de suas declarações após críticas. Ele afirmou que a falta de transparência e a ausência das atas eleitorais são inaceitáveis e ressaltou que não endossa nem a vitória de Maduro nem a da oposição, que também se autoproclamou vencedora. “Eu não aceito nem a vitória dele e nem a da oposição. Eu acho que tem um negócio, a oposição fala que ganhou, ele fala que ganhou, mas você não tem prova. Então, nós estamos exigindo a prova”, declarou o presidente brasileiro.
Na Venezuela, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e a Suprema Corte, ambos sob controle do governo de Maduro, declararam a reeleição do presidente venezuelano como válida. No entanto, a oposição e a comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, contestam o resultado, exigindo a publicação completa das atas eleitorais que comprovem a veracidade dos resultados.
A Suprema Corte da Venezuela (TSJ) confirmou a vitória de Maduro após uma suposta revisão das atas, mas proibiu sua divulgação. Essa decisão foi rejeitada por vários países e entidades internacionais, que pedem transparência e a publicação das atas para garantir a legitimidade da eleição.
Lula afirma opinião
O CNE havia proclamado a vitória de Maduro no dia seguinte à votação, em 29 de julho, mas as atas eleitorais continuam sem divulgação. Lula afirmou que, enquanto deseja manter o diálogo e a cooperação com a Venezuela, o presidente venezuelano deve lidar com as consequências de suas decisões. “Eu quero cuidar do Brasil. O Maduro cuide de lá. Ele [Maduro] arque com as consequências do gesto dele. E eu arco com as consequências do meu gesto. Agora, eu tenho consciência política de que eu tentei ajudar muito, mas muito e muito”, afirmou Lula.
Enquanto isso, a oposição venezuelana e diversos países continuam pressionando por mais transparência e justiça na apuração dos resultados eleitorais.