A empresa de impacto social SAS Brasil está desenvolvendo uma tecnologia inovadora com potencial para transformar a vida de milhões de mulheres nas áreas remotas do país. Em parceria com o Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), as cofundadoras Sabine Zink e Adriana Mallet estão trabalhando em um sistema de inteligência artificial (IA) que promete simplificar e acelerar a detecção do câncer de colo de útero.
A pesquisa, que recebeu apoio substancial da Fundação Philips, foi iniciada durante o doutorado de Adriana na Unicamp. Juntas, Sabine e Adriana já beneficiaram aproximadamente 500 mulheres com uma tecnologia de ultrassonografia remota, sublinhando seu compromisso com o impacto social e a inovação na área da saúde.
Como a SAS Brasil Está Transformando o Diagnóstico do Câncer de Colo de Útero?

O trabalho da SAS Brasil se concentra em melhorar o acesso à saúde para mulheres que vivem distantes dos grandes centros urbanos. De acordo com dados do IBGE, um brasileiro se desloca em média 72 quilômetros para acessar serviços de saúde de baixa e média complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em junho de 2024, a SAS, em parceria com a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, anunciou o SAS Brasil Living Lab, um novo centro de pesquisa que se dedicará ao desenvolvimento de modelos assistenciais de telemedicina.
O que é o Ultrassom Remoto?
O ultrassom remoto, testado experimentalmente desde 2021, já atendeu 500 mulheres. Este procedimento estabelece um protocolo preciso, no qual tanto o médico quanto o técnico que realiza o exame seguem orientações rigorosas. Adriana revelou que, embora exista autorização para o uso remoto do ultrassom, a regulamentação atual limita o manuseio desses equipamentos a médicos.
- Estender o manuseio do ultrassom para enfermeiros e técnicos em enfermagem;
- Treinar membros da comunidade em áreas remotas para operar os aparelhos;
- Ampliar a autonomia dos profissionais da saúde em áreas remotas.
Como a IA Está Sendo Treinada para Detectar o Câncer?
Para melhorar o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, a SAS Brasil está treinando sua IA para analisar imagens de exames de papanicolau e colposcopia simultaneamente. Segundo a professora Sandra Avila, do Instituto de Computação da Unicamp, o treinamento inicial começou com um banco de dados contendo cerca de mil imagens, publicado pela Agência Internacional de Pesquisa na Área de Câncer.
Em abril de 2024, o Hospital de Amor, em Campinas, contribuiu com um adicional de 225 mil imagens, coletadas nos últimos 12 anos. Essas imagens foram selecionadas e testadas novamente para garantir a precisão do modelo.
- A coleta inicial envolveu menos de mil imagens;
- Treinamento realizado com base nos padrões estabelecidos pela pesquisa;
- Atualização com 225 mil imagens do Hospital de Amor em 2024.
Quais são os Próximos Passos para a SAS Brasil?
Além de melhorar a precisão da IA, a SAS Brasil está focada em estender seu uso para identificar não apenas a presença do câncer, mas também o estágio de desenvolvimento da doença. Adriana Mallet mencionou que a IA apresenta uma taxa de sucesso preliminar em torno de 70%, com potenciais aumentos à medida que mais dados são incorporados e o modelo é refinado.
- Aprimorar a tecnologia para reconhecer diferentes estágios do câncer;
- Expandir os testes para mais regiões remotas do Brasil;
- Implementar treinamentos adicionais para profissionais da saúde.
Com a combinação de alta tecnologia e um profundo compromisso com o impacto social, a SAS Brasil mostra como é possível fazer a diferença na vida de milhões de pessoas. O futuro do diagnóstico do câncer de colo de útero no Brasil parece promissor, graças a essas inovações que visam tornar os tratamentos mais acessíveis e eficazes.